De acordo com um comunicado conjunto da DP World e da concessionária Sociedade de Desenvolvimento do Porto de Maputo (MPDC), os trabalhos da primeira fase das obras de expansão iniciaram-se na segunda-feira e vão decorrer durante dois anos, incluindo a expansão do pátio de armazenagem de contentores para 6,48 hectares e a construção de 400 metros adicionais de cais, elevando o total para 650 metros nesta fase.
A expansão envolve ainda o aprofundamento do calado do cais de -12 metros para -16 metros, permitindo que o terminal acomode os novos navios da classe pós-Panamax, de até 366 metros de comprimento total.
A concessionária acrescenta que os trabalhos marcam o arranque "da primeira fase de um plano ambicioso para aumentar a capacidade do terminal", dos atuais 255 mil TEUs (unidades equivalentes a vinte pés) para 530 mil TEUs por ano.
Adicionalmente, refere, serão instalados mais de 700 tomadas para contentores frigoríficos, para alavancar o crescimento das exportações agrícolas, "particularmente de citrinos do Limpopo, na África do Sul, e de Massingir, em Moçambique".
"Durante mais de 20 anos, a DP World [acionista da MPDC] tem operado com orgulho em Moçambique, que se tornou um centro vital para o comércio regional. Os nossos investimentos em curso trarão um valor substancial, mudando o panorama do transporte marítimo na costa leste de África, e reforçando a posição de Moçambique como uma porta de entrada chave para o movimento de carga em toda a região", afirmou o diretor-geral da DP World na África Subsariana, Mohammed Akoojee, citado no comunicado.
Já o diretor-executivo da MPDC, Osório Lucas, afirma que a expansão do terminal de contentores "é o primeiro grande marco da visão estratégica para o futuro do Porto", representando igualmente "um passo significativo no reforço da posição do Porto de Maputo como uma plataforma logística líder na África austral".
Segundo a concessionária, o aprofundamento do cais e a expansão das infraestruturas permitirão ao porto da capital moçambicana receber navios de maiores dimensões, "ganhando competitividade na região e posicionando Maputo como um centro de transbordo ideal na região até 2026".
"Esta modernização não só aumentará a eficiência operacional do terminal como também tornará as taxas de frete mais competitivas, beneficiando diretamente os exportadores e operadores logísticos moçambicanos", sublinha a empresa, garantindo que permitirá também o reforço das exportações minerais e agrícolas, a redução dos custos logísticos e a criação de novos empregos diretos e indiretos.
A concessão do porto de Maputo à MPDC vai vigorar até 13 de abril de 2058, segundo os termos da adenda ao contrato, aprovada por decreto do Governo moçambicano publicado em abril, sendo que a concessionária prevê investir nos primeiros três anos 600 milhões de dólares (571 milhões de euros) na expansão da infraestrutura portuária.
A MPDC é uma empresa privada moçambicana que resultou da parceria entre os CFM e a Portus Indico, esta constituída pela Grindrod, DP World e a empresa Mozambique Gestores.
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