Em agosto de 2024 o montante total de créditos concedidos a particulares pelos bancos ascendeu a mais de 130,2 mil milhões de euros, o que, segundo as estatísticas do Banco de Portugal, traduzem um aumento de 2,2% face a igual mês de 2023.

Já “o stock de empréstimos para habitação totalizava 100,4 mil milhões de euros”, o que representou mais 514 milhões do que em julho. “Este é o valor mais elevado desde abril de 2015 e a maior variação mensal desde dezembro de 2021”, refere o banco liderado por Mário Centeno.

Habitação cresce 1,2% e consumo 7,2%

Face a agosto de 2023, o crédito à habitação cresceu 1,2%. Se compararmos com o conjunto dos países da área do euro, “os empréstimos para habitação cresceram, em termos anuais, 0,6%” e embora Portugal tivesse crescido acima da média pela primeira vez desde 2010, foi, segundo o Banco de Portugal, entre os países da área do euro com evolução positiva, "o que apresentou um crescimento mais baixo do stock de empréstimos para habitação".

No que ao consumo diz respeito, os empréstimos subiram 7,2% face a agosto de 2023 para 22 mil milhões de euros, ou seja, mais 137 milhões de euros. Este aumento em termos anuais é o maior desde fevereiro de 2020, antes de declarada a pandemia.

Já “ o stock de empréstimos concedidos pelos bancos às empresas totalizava 72,3 mil milhões de euros no final de agosto de 2024”, o que representou um crescimento nulo face a igual período do ano passado, mas registou uma descida de 637 milhões face ao que havida sido pedido pelas empresas em julho.

“As grandes empresas e as microempresas mantiveram taxas de variação anual positivas (2,1% e 5,7%, respetivamente), enquanto as pequenas e médias empresas continuaram a registar taxas negativas (-2,8% e -5,4%, respetivamente)”, avança o Banco de Portugal.

Só no setor da construção e atividades imobiliárias se verificou uma taxa de variação positiva de 3,9%. Com taxas de variação negativas em agosto está “o setor das indústrias e eletricidade e o setor do comércio, transportes e alojamento apresentaram, em agosto, taxas de variação anual negativas de -1,7% e -1,6%, respetivamente”.

Depósitos sobem nos particulares e empresas

O stock dos depósitos de particulares em agosto registou uma queda de 0,7 mil milhões de euros face ao mês anterior, ascendendo no total a 188,3 mil milhões de euros.

Uma variação que segundo o Banco de Portugal resulta “da redução de 1,7 mil milhões de euros de responsabilidades à vista, compensada parcialmente pelo aumento de mil milhões de euros dos depósitos a prazo (que incluem os depósitos com prazo acordado e os depósitos com pré-aviso)”.

“Apesar da redução dos depósitos de particulares, a respetiva taxa de variação anual voltou a acelerar, fixando-se em 7,8%, mais 0,6 pontos percentuais do que em julho, resultado da redução registada em agosto de 2024, que é sazonal, ter sido menor do que a verificada em agosto de 2023”.

Já, “o stock de depósitos das empresas totalizava, no final de agosto, 66,5 mil milhões de euros, mais 2,8 mil milhões de euros do que em julho de 2024”, o que ditou “o maior aumento desde setembro de 2010. Face a igual mês de 2023 o aumento foi de 1%”.