O presidente da Mobi.E encara a eventual privatização da gestão da rede pública de carregamentos de veículos elétricos com bons olhos e, a título pessoal, defende mesmo um modelo semelhante ao da SIBS.

O operador da rede pública de carregamento de veículos elétricos integra a lista de empresas que vão ser avaliadas para uma eventual privatização pelo grupo criado recentemente pelo Governo.

Luís Barroso adiantou que já houve uma "troca de ideias [com o executivo] sobre essa possibilidade". Lembrando que essa decisão é "uma competência do acionista", sublinha que a gestão da empresa, colaborará "com quem for necessário".

"Não vejo, de facto, grande drama numa privatização", afirmou.

"Aquilo que defendo do ponto de vista pessoal é uma privatização como o modelo da SIBS", que tem como acionistas os bancos, comentou o responsável. "Acaba por ser um instrumento agregador e de desenvolvimento tecnológico ao serviço dos bancos para melhorar as experiências de utilização dos clientes dessas instituições financeiras", referiu.

É nesse sentido que defende um modelo do género para a Mobi.E, através da venda de capital quer a comercializadores de energia, quer a operadores de rede.

"A mobilidade elétrica é um mercado muito recente, em franca evolução, e já tem esta matriz agregadora tecnológica. Portanto, parece-me que seria uma boa vantagem para todas as partes dar-lhes uma componente mais privada", acrescentou.

A Mobi.E é a entidade responsável pela gestão da rede pública de carregamentos de veículos elétricos em Portugal que no final de dezembro disponibilizava mais de 5.700 postos de carregamento de acesso público, o que equivale a mais de 10.700 pontos de carregamento, um crescimento anual superior a 36%.

Atualmente, a rede conta com 30 Comercializadores de Eletricidade para a Mobilidade Elétrica (CEME) e cerca de 100 Operadores de Pontos de Carregamento (OPC).