Os sindicatos SBN, SBC e Mais Sindicato, afetos à UGT, acusam o BCP de ter dito na reunião de conciliação que só poderia apresentar nova proposta salarial no final de setembro, acabando por acordar entretanto um aumento com outro sindicato, o Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB), como noticiado ontem quarta-feira.

Os três sindicatos acusam o banco de “má-fé” e pedem ao Ministério do Trabalho que “o obrigue a negociar”, segundo um comunicado divulgado esta quinta-feira.

Recorde-se que estes sindicatos pediram a intervenção da Direção-Geral do Emprego por não conseguirem negociar um aumento superior a 3%, com a proposta dos bancos, incluindo o BCP, a ficar nos 2,25%.

“O comportamento do BCP no processo de revisão salarial para 2024 tem sido absolutamente inaceitável. Entre mentiras e má-fé, o banco tem agido de uma forma que já não se julgaria possível num país moderno e democrático”, dizem os três sindicatos, acrescentando que esperam “outro procedimento de uma instituição de crédito que mereceu a compreensão destes sindicatos quando, por más decisões da administração, passou por momentos críticos e teve de tomar medidas dolorosas para os trabalhadores”.

Recorde-se também que as três estruturas sindicais acusaram de traição o SNQTB quando este negociou com os bancos subcritores do ACT um aumento de 3%, muito inferior aos 5,8% que estava a pedir.

O Mais, SBN e SBC referem ainda que “o banco apresentou a estes sindicatos uma única proposta até hoje: aumento salarial de 2,25%”.

Estas estruturas recordam a reunião de conciliação que decorreu no dia 4 de setembro, no Porto, sob a égide da Direção-Geral do Emprego e das Relações do Trabalho (DGERT), na qual o BCP “alegou ter necessidade de mais tempo, até final de setembro, para reavaliar a possibilidade de evoluir na proposta de aumento salarial”. E notam que “até ao momento o BCP não apresentou mais nenhuma proposta de aumento”.

E rematam: “no entanto, logo na semana seguinte à reunião de conciliação o BCP apresentou a outro sindicato uma proposta bem superior (passou de 2,25% para 3%), se isto não é má-fé…”.