Segundo o relatório sobre o Setor Empresarial do Estado 2022-2023, publicado hoje pelo Conselho das Finanças Públicas (CFP), no ano passado o SEE apresentou "uma recuperação na maioria dos indicadores económicos e financeiros", tendo o volume de negócios agregado das empresas não financeiras do setor totalizado 15.200 milhões de euros, mais 1.700 milhões do que no ano anterior.
Ainda assim, os resultados económicos destas empresas "continuam a demonstrar um desequilíbrio económico", com um resultado líquido negativo de 790 milhões de euros em 2023, uma melhoria de 348 milhões face a 2022.
O capital próprio das empresas não financeiras do SEE aumentou para 16.900 milhões de euros em 2023 (+8.200 milhões do que em 2022), beneficiando da recuperação dos resultados transitados, dada a melhoria dos resultados de várias empresas em 2022.
No entanto, o CFP refere que "continua a observar-se uma necessidade sistemática de injeções de capital, não obstante o decréscimo no capital subscrito deste conjunto de empresas em 2023".
Já o passivo total reduziu-se em 6.500 milhões de euros, fixando-se em 48.900 milhões de euros em 2023, e o ativo cresceu 1.700 milhões, para 65.800 milhões de euros.
Face a 2022, o CFP dá ainda conta de uma "melhoria significativa dos indicadores de autonomia financeira e de solvabilidade", que alcançaram 25,6% (+12,2 pontos percentuais) e 34,5% (+18,9 pontos percentuais), respetivamente.
Esta evolução "reforçou a capacidade de endividamento (+36,1 pontos percentuais) e a capacidade de satisfação dos compromissos".
"No entanto, apesar deste crescimento, em 2023, 29 empresas (30 em 2022) ainda se encontravam numa situação de falência técnica, com capitais próprios negativos", aponta o relatório.
A soma do resultado líquido das empresas TAP SA e TAP SGPS em 2023 foi positivo em cerca de 120 milhões de euros, enquanto o agregado das restantes empresas não financeiras do SEE atingiu aproximadamente 910.000 milhões de euros negativos.
Face a 2022, o universo TAP reduziu os seus prejuízos em 217 milhões de euros, enquanto o agregado das restantes empresas não financeiras reduziu em 131 milhões de euros.
Em 2023, apenas 33 das 86 empresas (ou grupos de empresas) registaram resultados líquidos positivos, num total de 517 milhões de euros. As restantes 53 registaram prejuízos de 1.300 milhões (dos quais 98,5 milhões decorrentes da Parvalorem, a empresa com o maior prejuízo em 2023).
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