
Também neste dia começam a ser aplicadas as ditas taxas alfandegárias 'recíprocas'.
Os resultados da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average recuou 0,37%, o tecnológico Nasdaq perdeu 0,53% e o alargado S&P500 desvalorizou 0,33%.
A praça bolsista foi afetada em particular pelo anúncio, feito na quarta-feira por Donald Trump, de taxas alfandegárias suplementares de 25% sobre as importações automóveis, uma escalada na guerra comercial generalizada que está a promover desde janeiro.
As novas taxas aplicam a "todas as viaturas que não sejam fabricadas nos EUA", garantiu Trump, na Casa Branca, acrescentando que entram em vigor "em 02 de abril e começam a ser cobradas em 03". A taxa total sobe assim para 27,5% do valor da viatura.
Se os fabricantes europeus e asiáticos são particularmente afetados, os dos EUA também são, uma vez que o seu modelo económico integra muita produção oriunda das suas fábricas no México e Canadá.
No fim da sessão, a General Motors apresentava uma perda de 7,36% e a Ford de 3,88%, enquanto a Stellantis recuou 1,25% e a Toyota e Honda, respetivamente, 2,85% e 2,67%.
Segundo os analistas do JPMorgan, 82% dos veículos vendidos pela Ford são produzidos nos EUA, percentagem superior às da Stellantis (71%), Honda (68%), Toyota (57%) e General Motors (53%).
"Não penso que o mercado estivesse à espera", comentou Tom Cahill, da Ventura Wealth Management, em declarações à AFP.
A próxima etapa está prevista para 02 de abril, que Trump já batizou como "Dia da Libertação". Deve então anunciar a aplicação das taxas alfandegárias ditas 'recíprocas', que vão afetar todos os produtos importados pelos EUA.
Trump já "aludiu à ideia de que poderiam não ser tão pesadas como sugeriu no início, ao avançar que poderia haver agradáveis surpresas", disse Cahill.
Mas, "de maneira geral, os investidores (..) estão muito desorientados quanto ao que se vai seguir", resumiu.
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Lusa/fim