
Morreu esta quinta-feira aos 52 anos o cantor Nuno Guerreiro, vocalista da banda Ala dos Namorados. Terá sido vítima de uma infeção grave.
A notícia foi avançada no Facebook pelo presidente da câmara de Loulé, Vítor Aleixo, de onde o músico era natural.
Em declarações à agência Lusa, fonte oficial da Câmara Municipal de Loulé confirmou que Nuno Guerreiro morreu num hospital em Lisboa, onde tinha dado entrada na quarta-feira.
O Cineteatro Louletano, onde o cantor trabalhava na área de produção, acrescenta que Nuno Guerreiro morreu esta quinta-feira às 14h21, no Hospital de São Francisco Xavier, devido a uma infeção grave.
“A música portuguesa ficou mais pobre”
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, lamentou a morte de Nuno Guerreiro com uma mensagem divulgada no Twitter.
“Hoje o Mundo da música portuguesa ficou mais pobre. Nuno Guerreiro, da banda ‘Ala dos Namorados’, deixou-nos aos 52 anos. Foram várias as músicas cantadas por si que nos marcaram. À família e amigos, deixo as minhas sentidas condolências”, pode ler-se.
Numa nota publicada no sítio oficial da Presidência da República , Marcelo Rebelo de Sousa “apresenta os seus sentidos pêsames à família de Nuno Guerreiro”, referindo que contava com o cantor nas comemorações do 10 de Junho, que este ano vão ser no Algarve.
Miguel Gameiro, vocalista dos Pólo Norte, recorda que partilhou com Guerreiro “o palco, a estrada e a euforia do mundo das cantigas”.
Também a Banda da Sociedade Filarmónica Artistas de Minerva de Loulé lamentou a morte do músico numa mensagem divulgada no Facebook.
Último disco em 2023
Especialmente popular na década de 1990 por temas como "Solta-se o beijo", "Fim do mundo" ou “Loucos de Lisboa”, a banda Ala dos Namorados foi criada em 1992 por João Gil e Manuel Paulo, tendo-se juntado, posteriormente, José Moz Carrapa e Nuno Guerreiro.
Depois de oito álbuns de estúdio, dois álbuns ao vivo e uma compilação de Grandes Êxitos, a Ala dos Namorados lançou em 2023 o último disco - “Brilhará” - com músicas de João Gil e poemas de escritores e letristas eminentes da língua portuguesa como Mia Couto, José Eduardo Agualusa, Fernando Pessoa, Maria do Rosário Pedreira, Zeca Baleiro e João Gil.
Além de vocalista da Ala dos Namorados durante mais de 30 anos, Nuno Guerreiro gravou também quatro discos a solo - "Carta de amor", em 1999, "Tento saber", em 2002, "Gangster mascarado", em 2011, e "Na hora certa", em 2022.
Com os músicos Olavo Bilac e Tozé Santos, Guerreiro criou o projeto "Zeca Sempre", que resultou no álbum "O que faz falta - Zeca Afonso", que tem como subtítulo "As mensagens intemporais de José Afonso, numa nova sonoridade", editado em 2011.
O projeto mais recente onde o cantor estava envolvido intitulava-se Nuno Guerreiro & Mau Feitio, composto pelos músicos do Algarve Ricardo J. Martins, João Palma, Vítor Bacalhau e Vasco Moura. O grupo deu vários concertos recentemente.