O Presidente dos Estados Unidos eleito, Donald Trump, nomeou na quinta-feira os atores Mel Gibson, Jon Voight e Sylvester Stallone como "embaixadores especiais" de Hollywood, considerando que a indústria cinematográfica "perdeu muito" nos últimos quatro anos.
"Tenho a honra de anunciar que Jon Voight, Mel Gibson e Sylvester Stallone vão ser embaixadores especiais neste lugar importante, mas muito movimentado, que é Hollywood, na Califórnia", escreveu Trump na sua rede social, Truth Social.
De acordo com o republicano, que regressa à Casa Branca na segunda-feira, os três atores vão ajudá-lo para que "Hollywood, que nos últimos quatro anos perdeu muitos negócios no estrangeiro, fique maior, melhor e mais forte do que nunca".
"Estes três homens talentosos vão ser os meus olhos e ouvidos. Farei tudo o que eles sugerirem", acrescentou.
Trump lamentou todos os alegados problemas que acredita existirem em Hollywood e criou este cargo com o objetivo de melhorar a situação do ponto de vista empresarial.
Jon Voight, pai de Angelina Jolie, foi notícia em 2020, quando o ator Frank Whaley o acusou de lhe dar uma bofetada.
Numa indústria cinematográfica que é esmagadoramente pró-democrata, Voight é conhecido pelo seu apoio a Trump de longa data.
Mel Gibson foi acusado de antissemitismo, racismo, homofobia, alcoolismo e violência doméstica.
Mais recentemente, em outubro passado, Gibson atacou a candidata democrata às presidenciais norte-americanas, Kamala Harris, acusando-a de ter o Quociente de Inteligência "de uma cerca".
Por fim, Stallone, para quem Trump é o "segundo George Washington", foi acusado de agressão sexual no final da década de 1980, acusações que negou e que não deram origem a qualquer processo judicial.
Trump também chamou o trio de enviados especiais. Os embaixadores e enviados especiais são geralmente escolhidos para responder a pontos problemáticos como o Médio Oriente, e não a Califórnia.
A produção cinematográfica e televisiva dos Estados Unidos foi prejudicada nos últimos anos, com contratempos causados pela pandemia da covid-19, pelas greves dos sindicatos de Hollywood em 2023 e, na semana passada, pelos incêndios florestais em curso na área de Los Angeles.
A produção geral no país caiu 26% em relação a 2021, de acordo com dados da ProdPro, empresa que recolhe dados sobre a indústria do entretenimento.
Na área metropolitana de Los Angeles, as produções caíram 5,6% em relação a 2023, de acordo com a FilmLA, o nível mais baixo desde 2020.
Em outubro passado, o governador Gavin Newsom propôs expandir o programa de Crédito Fiscal para Cinema e Televisão da Califórnia para 750 milhões de dólares anuais (cerca de 728 milhões de euros, ao câmbio atual), mais do que atuais 330 milhões de dólares (cerca de 320 milhões de euros, ao câmbio atual).
Outras cidades norte-americanas, como Atlanta, Nova Iorque, Chicago e São Francisco, utilizaram incentivos fiscais para atrair produções cinematográficas e de televisão.
Ainda não é claro o que exatamente Gibson, Voight e Stallone vão fazer neste esforço para trazer as produções de volta aos Estados Unidos.
A decisão de Trump de selecionar os atores como os seus "embaixadores" sublinha as suas preocupações com os anos de 1980 e 1990, quando era uma estrela em ascensão dos tabloides em Nova Iorque, e Gibson e Stallone estavam entre as maiores estrelas de cinema do mundo.