Aos 49 anos, João Patrício tem feito um sucesso na apresentação d’A Sentença. Contudo, a vida familiar nem sempre foi fácil e há uma mágoa que não esquece: a perda da mãe de forma precoce.

“Foi a mulher mais livre que eu conheci na vida. Já não está cá, morreu muito cedo, com a idade que tenho hoje. Eu era muito miúdo, tinha vinte e tal anos, já trabalhava, já era realizador. Ela tempera tudo aquilo que eu tenho de poesia, que sinto que tenho: foi dela que bebi. Os meus irmãos e eu devemos-lhe isso. (…) Ela fez questão de que os três filhos tivessem catequese, mas que fôssemos nós a decidir se queríamos ou não ser batizados.”, começou por dizer o braço direito de Cristina Ferreira.

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“Achei profundamente injusto. Foi mais doloroso do que pensei. Ela estava internada em Coimbra. Nós estávamos à espera do telefonema, estávamos em casa do meu irmão, o mais velho, e o meu pai recebeu o telefonema do hospital. Foi ele quem nos disse. Entra-se num período de vertigem, é uma realidade paralela, dá-nos a sensação de que ainda não aconteceu. Depois começamos a sentir falta dela. Ainda hoje, não há dia nenhum que não me lembre dela por uma razão qualquer. Não sinto falta dela para partilhar as conquistas, isto é rigorosamente verdade, sinto falta dela nas angústias, percebes? É aquela coisa: ‘Viste, mãe, o que aconteceu?!’ Não é o bom, quero partilhar aquilo que me angustia”, revelou ainda na revista Cristina.

“Sou mesmo muito parecido com a minha mãe”

Sem esquecer a mãe, confessa: “No outro dia tropecei num vídeo, que está na RTP Memória em que se vê a minha mãe. (…) E cheguei à conclusão de que nunca me esqueci da voz dela”. João Patrício revela ainda um hábito que ganhou: “Porque é uma rotina. Tenho a fotografia dela na entrada, e sempre que sinto que há qualquer coisa, uma angústia que eu quero limpar, acendo uma vela junto da fotografia dela. Dá-me conforto, sabe-me bem.”

Para rematar, o apresentador adianta: “A minha mãe foi uma mãe absolutamente extraordinária. Teve uma força inacreditável. Fez uma pós-graduação com 40 e tal anos, quase 50. Foi sempre uma batalhadora, mas com uma capacidade de nos apresentar ternura. Fazia questão de partilhar connosco, os filhos, aquilo que a comovia. (…) Muitas pessoas dizem que, dos três, serei o mais parecido fisicamente, é inegável. Sou mesmo muito parecido com a minha mãe. Era uma pessoa extraordinária.”

Texto: Maria Constança Castanheira; Fotos: Redes Sociais