Mulheres, às armas estreia na TVI no próximo dia 11 de abril e fala da mobilização do homens para a Guerra Colonial,. Com um argumento pensado, escrito e realizado exclusivamente por mulheres, esta produção surge como um projeto inovador na ficção nacional. A ideia original pertence a Cristina Ferreira.

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“Se o meu filho fosse para a guerra? Acho que não deve haver dor maior”

O pai da apresentadora chegou a ir para a Guerra do Ultramar. “A minha mãe escrevia todos os dias para o meu pai. E havia momentos em que as cartas não chegavam. E agora imaginem não saber de nada de uma pessoa, que forçadamente está na guerra durante dias. Como é que se vivia? Nós hoje não temos perceção, porque pegamos num telemóvel e falamos com alguém que está do outro lado do Mundo. Portanto, os amores que se criaram nesta fase, os meus pais estão juntos há 50 anos, eu acho que são inquebráveis. E, portanto, tenho muita pena que hoje em dia, se calhar, não se escrevam essas cartas. Porque falavam aquilo que hoje nós não falamos uns com os outros. E era um amor mais residente. Falavam de coisas simples do dia-a-dia. Era uma partilha. Aquilo que as pessoas faziam era partilhar o que cada um estava a viver. Quando casaram, sabiam tudo um do outro. E isso é incrível de perceber.”

Com a situação mundial que se vive atualmente, não esconde a sua preocupação. “Às vezes passa-me pela cabeça. Se o meu filho fosse para a guerra, como é que eu, enquanto mãe, reagiria? E acho que não deve haver dor maior do que essa.”

Apesar de a família ter sido a sua grande inspiração para esta série, a verdade é que Cristina Ferreira ainda não contou nada aos seus pais. “Eu não falei com eles ainda sobre isto. Eu não falo muito de trabalho com os meus pais. Não falo nunca. Mas eu gosto muito, nestas coisas, de os surpreender. E quero muito que eles vejam, sem eu ter falado nada”, revela. “No dia em que se sentarem, saberão que aquela não é a história deles, mas é semelhante, e eu acho que isso pode ser muito bonito. É deles e é da família inteira, porque a família foi toda recebê-lo quando ele chegou.”

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Texto: Neuza Silva (neuza.silva@impala.pt); Fotos: redes sociais