João Catarré dá vida a Miguel, em A Promessa, e tem recebido muitos elogios pelo seu trabalho. O ator interpreta um jovem que ficou paralítico depois de ter caído de uma varanda e por isso está em cadeira de rodas, desde criança. Todos os seus movimentos estão condicionados devido a este acidente e a muitas maldades da tia, Helena (Ana Padrão). Em exclusivo à TV 7 Dias, João Catarré revela o que tem sido mais difícil neste trabalho. “Não vou falar dos condicionantes da personagem. Todas as personagens que faço são desafiantes. Umas mais do que outras. Cada uma tem a sua complexidade, esta é diferente das outras, porque todas são diferentes. Mas tem sido desafiante fazer, principalmente, a parte evolutiva do Miguel”, assume.

Recorde-se que o ator, para dar vida a Miguel, fez um trabalho de preparação exaustivo que o levou a Alcoitão para falar com “fisioterapeutas, terapeutas, médicos, pessoas que estão na condição de estar numa cadeira de rodas por diversas razões” e em conversa com a SIC, revelou ter aprendido “muito com todos eles”. “O carinho que se tem para com o outro, o amor que podemos dar, a compreensão que podemos dar e receber também, é uma troca. Tal como o nosso trabalho aqui, como atores todos os dias, também fica esta troca para a vida, porque aprendi para fazer o Miguel”, afiança.

Apesar de ser um trabalho “exigente”, como diz, e que exige “uma concentração muito específica, muito especial”, o ator garante que “está a correr muito bem”. Estar preso à cadeira de rodas exige-lhe um trabalho de contenção e paciência e João Catarré explicou o porquê na mesma entrevista: “Nós temos muita energia no nosso dia a dia e aqui não pode haver essa energia, tem de estar sempre bem controlada e contida, mas isso é que também dá o gozo de fazer esta personagem.”

Em exclusivo à nossa revista, o ator revela que o “mais desafiante é mesmo contar esta história com as personagens que a estão a contar e o entrosamento que existe entre elas”, com as “confusões que surgem e a evolução da história em si”. “Acho que esse é o maior desafio e temos sido sempre surpreendidos pela evolução de todas as personagens, das lutas e do estado emocional de cada uma delas, assim como a relação familiar entre todos. Acho que isso só por si é fantástico”, finaliza.

Texto: Ana Lúcia Sousa (ana.lucia.sousa@wordlimpalanet.com); Fotos: Divulgação SIC e Nuno Moreira