Judite Sousa esteve recentemente à conversa com Duarte Siopa e recordou a época em que escolheu trocar a RTP pela TVI. “Estive na RTP 32 anos. Respondi várias vezes que ter a coragem de deixar a RTP ao fim de três décadas e de, aos 50 anos, mudar para uma televisão privada, submeter-me ao escrutínio e às regras de funcionamento completamente distintas de uma televisão privada por comparação com a RTP, teria sido um passo importante e inevitável”; começou por dizer.
E acrescentou: “Mas a forma como a vida acabou por me surpreender nos anos que se seguiram levou-me, e leva-me agora, a dizer que foi provavelmente um dos grandes erros da minha vida”.
Contudo, a morte do filho, em 2014, marcou também a sua estadia e traduziu-se nessa reflexão sobre ter sido um erro”.
“Vamos deixá-la…”
“Nessa altura eu senti, não querendo ser injusta, que se estivesse na RTP… talvez tivesse tido mais apoio do ponto de vista do carinho, da ternura, dos beijos, dos abraços que eu não tive”, desabafou.
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Por fim rematou que após o filho morrer a compreensão foi de apenas “seis meses”. “Ao fim de pouco tempo, os problemas voltaram. E os problemas tinham sempre que ver com o mesmo aspeto, que era o aspeto de liderança, o aspeto de decisão. Eu acho que a redação da TVI, naquele tempo – estamos a falar daquele tempo –, não aceitou que a Judite chegasse, mandasse, fosse diretora-adjunta de Informação. ‘Mas quem era ela para chegar aqui, para mandar, para nos dizer como é que havíamos de fazer, como é que não havíamos de fazer’. Eu acho que este foi o ponto crucial”