Pedro Chagas Freitas tem vindo a viver uma das fases, certamente, mais difíceis da sua vida. Durante os últimos meses, viu o filho, o pequeno Benjamim, de seis anos, lutar contra uma condição rara que trouxe com ela vários obstáculos para serem vencidos.

Porém, as notícias que chegam agora, pelas palavras do próprio pai, parecem ser positivas. Na sua conta de Instagram, o escritor voltou a atualizar o estado de saúde do menino. “Estivemos em Coimbra de manhã. Voltámos. Está tudo no caminho certo”, começou por informar.

“Teremos, agora, mais alguns dias de reclusão, por casa, até voltarmos ao hospital. O caminho ainda será demorado, ainda terá altos e baixos (espero que não, espero que não). Por esta altura, é tempo de terminar, e só eu sei como estava ansioso por este dia (seria a prova de que estávamos em casa, na normalidade que é tão extraordinária, tão excêntrica), esta espécie de Diário do Hospital que escrevi por aqui”, continuou, explicando logo depois o porquê de ter sempre feito os seus desabafos publicamente.

“Fi-lo, no começo, por desespero: precisávamos de um dador. Depois, encontrado o dador, fiquei com uma dívida de gratidão que nunca serei capaz de pagar. Foram tantos tantos tantos milhares de pessoas que todos os dias nos contactaram que não poderia deixar de, por aqui, da maneira que podia, entre um exame e outro, entre um sono curto e outro, ir dando conta de como estava o Benjamim a evoluir. Foi, para mim, uma catarse profunda”, confessou.

“Encontrei demónios, matei alguns, outros talvez ainda se mantenham vivos, para minha desgraça e medo. Saio deste Diário uma pessoa diferente, espero que para melhor”, desabafou ainda. Mas Pedro Chagas Freitas não se ficou por aí e eis que chegam os agradecimentos a quem esteve sempre presente.

“A quem esteve sempre desse lado, deixo um profundo, eterno, obrigado. Vocês deram uma força que nem imaginam como foi, em alguns dias, decisiva. A vossa energia sentiu-se a cada passo. Sentiu-se mesmo. Não caminhávamos sozinhos. Tínhamos um exército de amor, de empatia, atrás de nós”, escreveu, num tom claro de agradecimento profundo.

“Pode ser essa a grande lição que eu tiro deste caminho que, espero eu, seja agora mais simples. Ser mais capaz de encontrar em cada uma das nossas fragilidades, das nossas insuficiências, um bom começo para ser uma melhor pessoa. Estarei a milhas de ser a pessoa que posso ser, mas tenho hoje a certeza de que sei para onde quero caminhar”, acrescentou ainda.

Quanto ao futuro, para o escritor “a vida continuará, dentro do possível, dentro dos mil e um cuidados que nos próximos meses teremos de ter. Darei, sempre que for relevante, notícias do nosso gigante filho, daquele que se tornou, por seu mérito, e apenas por seu mérito, um exemplo de um heroísmo humano, com aquela humanidade que só as crianças sabem ter. Que todos (a começar por mim) saibamos, a partir de agora, colher um pouco dessa humanidade. Até já”, rematou, por fim.

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