Rita Pereira está no centro da polémica após ter filmado a filha Lowê, de quatro meses, a chorar enquanto cozinhava – afirmando que esta estava “alimentada e com a fralda limpa”. “Vamos falar sobre o choro dos bebés que é só para terem atenção. Está só a fazer birra porque quer colo. E agora vão ver como é só birra”, disse aos seguidores, pegando seguidamente na filha.

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Posto isto, muitas foram as personalidades que se manifestaram, irritadas, com tais declarações da atriz de 42 anos. Sofia Arruda foi uma delas. “Até o meu filho de cinco anos sabe que se a mana bebé chorar é porque precisa de nós. Paramos o que estamos a fazer e vamos ter com ela. Da mesma forma que se o meu filho de cinco anos chorar, eu vou ter com ele. E, se eu chorar, ele vem ter comigo. Educar pelo exemplo de empatia com o próximo”, escreveu, partilhando uma publicação de Filipa Maló.

O que diz a psicóloga

“Hoje fui inundada de mensagens. Bem sei que ainda se perpetua a ideia de que chorar “por birra” não faz mal, valorizando as necessidades físicas e menosprezando todas as outras. Acredito, sim, que os pais fazem-nos porque acreditam mesmo que não existem consequências, que chorar um bocadinho “não faz mal” porque por gerações e gerações, foi o que nos foi transmitido. Hoje sabemos, inequivocamente, que não é assim. Que tem consequências. Que os primeiros 3 anos de vida são a base para tudo o que seremos de futuro. Que o desamparo se aprende. Que as necessidades físicas são tão importantes como as psicológicas, emocionais e relacionais.

Hoje sabe-se também, que o stress não é todo igual. Que embora não possamos evitar períodos de stress ao longo do dia do bebé, que são normais, o choro continuado, sem resposta, e se for até de forma persistente, provocará uma resposta de stress tóxica para o organismo, que terá as suas reais consequências. Sabemos também, que as necessidades de proximidade são reais, não é mimo nem manha. As teorias do desenvolvimento infantil explicam-no de maneira incontestável, teorias de vinculação também. É claro: o colo, não é “SÓ” isto. É, em grande parte quase “TUDO”. É o habitat principal do bebé. É uma necessidade biológica, emocional e de vinculação. Quando o bebé o pede, é porque se sente inseguro, e não é por nós adultos sabermos que fisicamente não está, psicologicamente (e fisicamente) é o que ele sente. E isso importa MUITO! Ignorarmos o nosso bebé, é extremamente violento para ele. O adulto tem recursos que o permitem esperar. O bebé não. O adulto tem recursos que o permitem regular-se. O bebé não. O choro do adulto, não se equipara ao choro do bebé. Sim, o choro do bebé não acolhido, faz mal. Não se enganem”, explicou.

Texto: Joana Dantas Rebelo Fotos: redes sociais