
Tal Alexander e Oren Alexander, antigos consultores imobiliários de renome, e o seu irmão Alon Alexander (gémeo de Oren),que trabalha na empresa da família, enfrentam agora pelo menos 17 processos de mulheres que alegam ter sido abusadas sexualmente por pelo menos um deles e, em alguns casos, drogadas.
De acordo com o The New York Times, os últimos processos, abertos em conjunto na passada terça-feira, 18 de fevereiro, em Nova Iorque, incluem acusações de abuso sexual em Miami, Manhattan e até em Moscovo. Os irmãos, de 37 e 38 anos, foram detidos em dezembro em Miami Beach por acusações federais de tráfico sexual.
As acusações legais começaram em 2023, quando duas mulheres acusaram formalmente os gémeos. Algumas das alegações remetem a 2010, outras são mais recentes. Todas as mulheres, exceto uma, Leah Peters, foram identificadas nos documentos judiciais pelo nome falso Jane Doe .
Leah alegou que conheceu Oren Alexander numa festa numa casa de luxo em Miami, em 2018, e que ele se ofereceu para lhe mostrar a propriedade. A alegada vítima contou que foi levada para um dos quartos, depois atirada agressivamente para a cama e agredida sexualmente à força, como revela no processo, citado pelo jornal mencionado acima.
Numa outra queixa, uma das Jane Does alega que conheceu Tal Alexander numa discoteca no bairro de Soho, em Manhattan, em novembro de 2014. Depois de dois dias a trocar mensagens, ele terá convidado para um encontro e pedido que se encontrassem no seu apartamento para beber um copo antes de sair para um evento. No processo, a alegada vítima conta que o suposto agressor empurrou-a para o quarto, tirou-lhe a roupa e agrediu-a à força.
Outra Jane Doe acredita que tenha sido drogada por Oren Alexander depois de ter estado a beber num bar com este pois começou a sentir-se desorientada e tonta. Terá sido então levada pelo seu alegado agressor para um apartamento, onde estava presente outro homem, assim como uma rapariga que aparentava ter cerca de 15 anos. A menina estava em topless, de acordo com o processo, e o segundo homem observava-a. Terá posteriormente sido agredida sexualmente por Oren.
Estes processos estão agora a ser apresentados em Nova Iorque devido a uma extensão de uma lei que permite que sobreviventes de violência de género, como agressão sexual, apresentem queixas mais antigas que, de outra forma, teriam sido rejeitadas. “Estes homens eram predadores que vagueavam pelas ruas, trazendo mulheres para os seus apartamentos e tratando-as da pior forma imaginável”, disse Andrew Van Arsdale, um dos advogados que representa 11 mulheres.
O que diz a defesa de Tal, Oren e Alon?
Os três irmãos estão atualmente na prisão a aguardar julgamento, que deverá ser no próximo ano, e declaram-se inocentes. Numa declaração enviada por e-mail pelo seu advogado, Alon disse que as acusações contra ele “simplesmente não são verdadeiras”. "Os únicos encontros sexuais que tive na minha vida foram consensuais e legais. Nunca droguei uma mulher, nem tive relações sexuais com uma mulher que acreditasse estar drogada", frisou, de acordo com o The New York Times.
Pelo mesmo meio, os advogados de Oren afirmaram que o cliente "nunca violou ninguém e nunca drogou ninguém”: “Estas alegações tardias devem ser vistas como aquilo que são - uma tentativa desesperada de obter dinheiro. O Oren vai provar a sua inocência neste ataque orquestrado, motivado em todos os casos por objetivos financeiros". Já a advogada de Tal descreveu o seu cliente como "um alvo fácil" para quem o está a acusar: “Esta tentativa transparente de angariar dinheiro irá falhar e esperamos que estes processos frívolos sejam igualmente rejeitados”, afirmou.