A aplicação My Saúde Açores, que permite agendar consultas e ter acesso a telemedicina, entre outras funcionalidades, está disponível a partir desta terça-feira para todos os utentes do arquipélago, revelou a secretária regional da Saúde e Segurança Social.

"A aplicação passa a estar disponível para todos os açorianos a partir do dia de hoje. (...) Um dos grandes objetivos desta aplicação é melhorarmos a proximidade e a acessibilidade a cuidados de saúde dos nossos utentes", afirmou a titular da pasta da Saúde nos Açores, Mónica Seidi, em declarações aos jornalistas, à margem da apresentação da aplicação na ilha de São Jorge.

Orçada em 3,5 milhões de euros, a aplicação integra o projeto do Hospital Digital dos Açores, financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), num total de 30 milhões de euros.

Depois de uma primeira fase, em que foi testada em ambiente fechado, durante cerca de um mês, na ilha de São Miguel, a My Saúde Açores está agora aberta a toda a população da Região Autónoma dos Açores.

“Queremos uma massificação da telemedicina”

Segundo Mónica Seidi, a aplicação vai permitir, por exemplo, o agendamento e pedido de consultas, no âmbito dos cuidados de saúde primários, e a realização de teleconsultas, o que será uma mais-valia sobretudo nas ilhas sem hospital.

"Queremos uma massificação da telemedicina, quando a situação clínica assim o permite", afirmou.

Como usar a aplicação?

Para acederem à aplicação, os utentes têm de introduzir o seu número de utente, que consta do Cartão de Cidadão, e associar um número de telemóvel, mas o mesmo número de telemóvel pode estar associado a vários utentes.

A governante salientou que desta forma é possível fazer o registo de "pessoas mais idosas que não utilizam este tipo de ferramentas, mas cujos familiares ou cuidadores poderão ter acesso a marcações ou a algum tipo de informação que lhes diz respeito".

A aplicação apresentará ainda "conteúdo informativo", para "contribuir para a melhoria da literacia em saúde", e poderá ter alertas da Direção Regional da Saúde ou de outras instituições do Serviço Regional de Saúde.

Durante o primeiro semestre do ano, "serão introduzidas novas ferramentas", revelou Mónica Seidi, salientando que se trata da "mudança de paradigma que faltava ao Serviço Regional de Saúde".

"Iremos, naturalmente, conseguir alcançar a interoperabilidade entre os diferentes sistemas de saúde quer dos hospitais, quer das unidades de saúde de ilha. Tem sido uma reivindicação muito aguerrida dos profissionais de saúde", assegurou.

Além do Portal do Utente, hoje apresentado, será criado um portal para os médicos e outro para os conselhos de administração.

"Estamos a atuar em várias frentes no sentido de melhorar a comunicação entre os demais intervenientes do setor da saúde", vincou a titular da pasta da Saúde.

No âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência foi estabelecido como meta que a aplicação tenha 25 mil acessos até setembro.