
A cada minuto, quatro mulheres são diagnosticadas com cancro da mama em todo o mundo, das quais uma acaba por morrer. Contudo, os casos e as mortes deverão aumentar nos próximos 25 anos, prevê a Organização Mundial de Saúde (OMS).
O cancro da mama é o tipo de cancro mais comum entre mulheres de todo o mundo. De acordo com a International Agency for Research on Cancer (IARC) da OMS, uma em cada 20 mulheres é diagnosticada com a doença ao longo da vida. A maioria dos casos (e das mortes) ocorre a partir dos 50 anos.
"A cada minuto, quatro mulheres são diagnosticadas com cancro da mama em todo o mundo, das quais uma acaba por morrer. Essas estatísticas estão a piorar", alerta Joanne Kim, cientista da IARC, citada pelo jornal britânico The Guardian .
Só no Reino Unido, o aumento de casos deverá ser de 21% e de mortes de 42%. Em 2022, houve 58.756 diagnósticos por ano. Em 2025, deverão ser 71.006. Já em relação às mortes, deverão morrer mais de 17.200 pessoas.
As previsões do estudo publicado na revista Nature Medicine para as próximas décadas não são boas. Se a tendência continuar a ser a atual, os números vão aumentar em todo o mundo. Até 2050, deverá haver 3,2 milhões de novos casos e 1,1 milhão de mortes por ano, um aumento de 38% e 68%, respetivamente.
Os autores do estudo consideram que cerca de um quarto dos casos podem ser prevenidos, por exemplo, reduzindo o consumo de álcool, mantendo o peso saudável e sendo mais ativa.
O que pode explicar o aumento de casos?
O aumento de casos também pode ser explicado pelos progressos no diagnóstico, pela população crescente e envelhecida e pelo aumento de fatores de risco, como envelhecimento, genes 'defeituosos' e histórico familiar.
Adicionalmente, um texto informativo da Liga Portuguesa Contra o Cancro aponta como fatores de risco a primeira gravidez depois dos 31 anos, história menstrual longa, raça, terapêutica hormonal e densidade da mama.
De acordo com a investigação, citada pelo The Guardian, as taxas de diagnóstico são mais altas na Austrália, Nova Zelândia, América do Norte e Norte da Europa e mais baixas na Ásia e África.
Diagnóstico: como é feito e a sua importância
Segundo a Liga Portuguesa Contra o Cancro, é fundamental a realização de exames de rastreio, mesmo sem sintomas. Se cancro for detetado precocemente, a probabilidade do tratamento ser bem sucedido é maior.
As mulheres com 40 anos ou mais, devem fazer uma mamografia por ano ou de dois em dois anos, diz a mesma entidade. Contudo, as que têm um risco aumentado, mesmo antes dessa idade, devem estabelecer com o médico a frequência do exame.
A mamografia é um exame "seguro" e a quantidade de radiação emitida é "muito pequena", acrescenta o Serviço Nacional de Saúde. Não previne o cancro, mas ajuda a detetá-lo precocemente se ele já existir.
Depois da mamografia, que pode apresentar um nódulo na mama ou uma agregação de pequenas partículas cálcio (microcalcificações), a biópsia é o "único processo" que pode confirmar a existência de cancro, explica a Liga.
Quais os sinais de alerta?
O cancro da mama pode causar alterações físicas visíveis. A Liga Portuguesa Contra o Cancro alerta que deve olhar para elas com atenção quando houver:
- Alteração na mama ou no mamilo (aspeto e palpação;
- Nódulo ou espessamento na zona;
- Sensibilidade no mamilo ou retração;
- Aspeto diferente (escamoso, vermelho ou inchado) da pele da mama, aréola ou mamilo;
- Secreção ou perda de líquido pelo mamilo;