Cerca de nove meses depois de terem sido infetados pela covid-19, 60 em cada 100 indivíduos apresentavam sintomas prolongados da doença (covid longa), segundo um estudo da Escola de Saúde pública da Universidade Nova de Lisboa, divulgado esta quinta-feira.
Já ao final de 12 meses após a infeção, o número de pessoas com covid longa diminui, mas ainda assim, mais de 4 em cada 10 indivíduos apresentam sintomas.
Os sintomas são mais comuns entre as mulheres e as pessoas mais velhas e destacam-se as dores nas articulações e sintomas neurocognitivos. No entanto, encontram-se descritos mais de 50 sintomas, sendo os mais frequentes o cansaço, dificuldades respiratórias, alterações do olfato e paladar, cefaleias, dor torácica, alterações da concentração e memória, indica ainda a investigação.
Um ano após o internamento por covid-19, 35 em cada 1.000 pessoas registaram um novo evento cardíaco ou vascular.
"Embora a fase aguda da pandemia de covid-19 tenha ficado para trás, os dados mostram que os sintomas associados à covid longa continuam a afetar muitas pessoas de forma significativa. O acesso ao sistema de saúde, especialmente para aqueles que lidam com essas condições prolongadas, permanece um desafio, tanto em termos de tempo de espera, como da estruturação dos próprios serviços, uma vez que o espetro de manifestações desta condição é muito alargado", explica, em comunicado, Andreia Leite professora da ENSP NOVA e investigadora responsável do estudo.