O Grupo Parlamentar do PS solicitou esta segunda-feira uma audição urgente do diretor-executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS) sobre a instabilidade no SNS e o acentuado número de exonerações, demissões e não reconduções. Nos últimos meses, cinco presidentes de administrações hospitalares foram substituídos por militantes do PSD. Ainda assim, a ministra garante que não é pressionada pelo partido nas nomeações.

Numa nota enviada às redações, os deputados socialistas explicam que em causa está o “(…) acumulado significativo, em menos de um ano, de exonerações, demissões e não reconduções de membros dos Conselhos de Administração de diversas Unidades Locais de Saúde”.

Para o PS, “estas mudanças (…) não só são desestruturantes para os serviços e unidades de saúde, como também representam um custo acrescido para o erário público, uma vez que algumas destas exonerações são acompanhadas pelo pagamento de indemnizações”.

“O Grupo Parlamentar do PS considera imperativo conhecer a posição do atual Diretor Executivo do SNS [Álvaro Almeida} sobre a instabilidade que se vive no Serviço Nacional de Saúde. A audição visa também esclarecer as razões que estão na base destas exonerações e demissões, bem como compreender as medidas que estão a ser tomadas para garantir a estabilidade e o bom funcionamento do SNS”, lê-se na nota.

PSD “não manda”, mas…

Em menos de um ano, cinco administrações das Unidades Locais de Saúde (ULS) foram substituídas por militantes do PSD. No total, desde que Ana Paula Martins entrou em funções já 14 gestores hospitalares foram afastados, o que corresponde a 36% do total das 39 ULS no país, segundo avança o jornal Público.

Para os administradores hospitalares, a troca de cadeiras consoante o Governo sempre foi uma realidade. O que mais preocupa é a falta de experiência.

Xavier Barreto, presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, revelou ao mesmo jornal que há pessoas nomeadas que não têm experiência de gestão hospitalar e outras que nunca trabalharam num hospital.