A Polícia de Segurança Pública (PSP) informa que nas últimas 24 horas deteve 13 pessoas - e identificou outras 18 - que estavam envolvidas nos desacatos que têm ocorrido desde segunda-feira em várias zonas da cidade.

Em comunicado, a PSP revela que, entre quarta e quinta-feira, procedeu à detenção de três suspeitos da prática de crimes de roubo, quatro por ofensa à integridade física qualificada, três por posse de engenhos explosivos e armas proibidas, um por tentativa de fogo posto e um por acionamento de extintor e danos contra viatura da PSP.

Esta força policial registou ainda:

  • Uma viatura policial danificada;
  • Dois autocarros incendiados;
  • Oito veículos ligeiros de passageiros incendiados;
  • Um motociclo incendiado;
  • Três cidadãos feridos, um deles com gravidade – "motorista de um dos autocarros, o qual sofreu queimaduras graves na face, tórax e membros superiores;
  • Inúmeros caixotes de lixo incendiados, assim como outro mobiliário urbano."
"A Polícia de Segurança Pública reitera que tem por missão garantir a segurança e ordem pública e o respeito pelos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos, e que está empenhada em manter a ordem, paz e tranquilidade públicas, em todo o território nacional, designadamente na Área Metropolitana de Lisboa onde foram registadas as ocorrências acima referidas", refere ainda o comunicado.

PSP "não tolerará atos de desordem e de destruição"

Na mesma nota, a Polícia de Segurança Pública nota que "não tolerará os atos de desordem e de destruição praticados por grupos criminosos, apostados em afrontar a autoridade do Estado e em perturbar a segurança da comunidade".

"Estes grupos criminosos têm revelado uma falta de respeito pela vida humana, sendo, uma vez mais, evidente a prática de crimes violentos contra a integridade física, como foi o caso lamentável desta noite, em que um motorista de um autocarro de transportes públicos sofreu ferimentos muito graves, sendo que a PSP tudo fará para, em coordenação com as outras Forças e Serviços de Segurança, levar à justiça os suspeitos de todos os crimes que têm sido praticados nos últimos dias."

Os incidentes na Grande Lisboa tiveram início após Odair Moniz, 43 anos, cidadão cabo-verdiano, e morador no Bairro do Zambujal, na Amadora, ter sido baleado por um agente da PSP na madrugada de segunda-feira, no Bairro da Cova da Moura, no mesmo concelho, e morreu pouco depois, no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa.

Segundo a PSP, o homem pôs-se "em fuga" de automóvel depois de ver uma viatura policial e "entrou em despiste" na Cova da Moura, onde, ao ser abordado pelos agentes, "terá resistido à detenção e tentado agredi-los com recurso a arma branca".