Na 1ª fase do concurso nacional de acesso ao Ensino Superior público, 49.963 estudantes conseguiram uma colocação. Mais de metade (56%) entrou na primeira opção e a grande maioria (88%) ficou numa das três primeiras escolhas, sendo estas as taxas mais elevadas dos últimos anos, segundo a nota divulgada este domingo pelo Ministério da Educação, Ciência e Inovação.

Nesta fase, apresentaram-se a concurso 58.301 candidatos - ligeiramente menos (-1,3%) do que no ano passado - e a grande maioria (85,7%) conseguiu uma vaga. “Entre 2022 e 2024, a taxa de colocação aumentou de 81% para 85,7%, o que demonstra um crescente ajustamento entre a procura dos estudantes e a oferta das instituições”, sublinha o Ministério.

Voltou a ser atingido o maior número de sempre de estudantes em cursos de Medicina: contam-se 1.661 colocados. São mais 66 do que no ano passado, “em resultado do acréscimo de vagas sobrantes dos concursos especiais de ingresso em medicina para licenciados”.

Já nas licenciaturas em Educação Básica - uma das áreas sob maior pressão devido à falta de professores no mercado de trabalho -, o número de colocados aumentou 8% (997 estudantes) e foram ocupadas todas as vagas disponibilizadas. “Nos últimos três anos, o número de colocados em licenciaturas em Educação Básica aumentou 56,3%, o que demonstra o crescente interesse dos estudantes por estas formações”, conclui o Ministério.

Colocações em instituições do interior descem

Para este próximo ano letivo de 2024/25, foram colocados 1.655 estudantes beneficiários de escalão A de ação social escolar, dos quais 1.178 através do contingente prioritário. No ano passado, nesta mesma fase, entraram mais alunos com carências económicas (2810), ainda que menos através do contingente prioritário (1013).

Agora, também diminuiu ligeiramente o número de colocados em instituições localizadas em regiões com menor procura e menor pressão demográfica (-2%), onde entrou um total de 12.868 estudantes.

Ainda assim, houve diversas instituições do interior a ganhar alunos, como as universidades dos Açores, Algarve, Beira Interior e Madeira, além dos Politécnicos de Beja, Portalegre, Viana do Castelo e Viseu. As maiores perdas foram sentidas nos Politécnicos de Bragança e da Guarda, além da Universidade de Évora.

Na nota divulgada este domingo, o Ministério avança ainda que entraram 214 estudantes pelo contingente prioritário para candidatos com deficiência, “mais 19,6% do que no ano anterior”. Já no contingente para emigrantes, familiares e lusodescendentes, foram colocados 402 estudantes (mais 10,4% do que em 2023/24).

Este ano verifica-se uma diminuição de 19% na colocação de estudantes nos cursos mais competitivos, ou seja, nos que no ano passado tiveram maior número de candidatos em 1ª opção com uma nota igual ou acima de 17 valores.

Pelo contrário, subiu o número de estudantes a entrar nos cursos apoiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), “para reforçar a formação superior inicial e o aumento do número de graduados” em áreas de Ciências, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática (STEAM): são mais 5,5% e preencheram 90,2% das vagas. Também cresceu o número de colocados em cursos nas áreas de competências digitais: 7735, quase mais 500 do que no passado ano letivo.

Matrículas entre 26 e 29 de agosto

Para a 2ª fase do concurso de acesso ao Ensino Superior sobraram 4996 vagas, voltando a ser o menor número desde 1999. De 26 de agosto a 4 de setembro decorrerão as candidaturas à 2.ª fase e os resultados serão divulgados a 15 de setembro.

Na nota divulgada à comunicação social, o Ministério afirma que para assegurar “melhores condições” no início de ano letivo para os estudantes carenciados, “são antecipadas para a fase de colocação as decisões dos requerimentos de bolsas de estudo” submetidos pelos estudantes colocados nesta 1.ª fase que sejam beneficiários de abono de família até ao 3.º escalão, que será decidida e notificada de imediato.

“Em seguida serão decididas e notificadas as relativas à atribuição das bolsas +Superior, que visam apoiar a frequência do ensino superior e contribuir para a fixação de jovens em regiões do país com menor procura e menor pressão demográfica.”

O Governo lembra ainda ter aprovado para este ano letivo “um reforço dos apoios sociais, tendo em vista alargar e diversificar cada vez mais o potencial de candidatos a formações superiores e adequar e reforçar os apoios financeiros à real situação socioeconómica dos estudantes”. O objetivo é promover o sucesso e reduzir o abandono no Ensino Superior, “em particular quanto a trabalhadores-estudantes e a estudantes deslocados, mediante o reforço de beneficiários de complemento de alojamento”.

Os alunos colocados na 1ª fase devem matricular-se entre os dias 26 e 29 de agosto.

Nota: Numa das passagens do texto falava-se em 53 mil candidaturas, quando são 58 mil. A informação foi, entretanto, corrigida.