
Sempre que Manuel Rodrigues olhava para a inverneira aldeia natal de Pontes votada ao abandono, sentia “um peso” no coração. “Sei o sacrifício dos meus antepassados para fazerem aquelas casinhas e ver tudo degradado era um pesadelo”, recorda. Decidiu revitalizá-la, aos 60 anos. A criação de vacas cachenas, que deambulam na cercania, ajudou “a limpar os terrenos”. Depois recuperou o apiário e começou a reconstruir as casas em granito e madeira, convertendo-as em turismo rural. Uma a uma, sozinho.
São já oito as casas disponíveis (a partir de €85), com um a três quartos. Fornece-se lenha para as lareiras no inverno e os pátios têm churrasqueira. As novidades são a piscina e a receção, que recria uma cozinha castreja e é um centro interpretativo dessa cultura. Ali vendem-se produtos regionais (mel, fumeiro, queijo, vinho Alvarinho) e dá-se informação sobre os sete trilhos que partem da aldeia, como o que o leva ao encontro da cabra-montês.
Observe o aqueduto, a eira, o forno e moinho comunitários de outrora, o riacho, a mata de carvalhos e as montanhas em torno do vale. A alternativa à internet é o isolamento e a natureza em estado puro. Usufrua da cascata de Pontes e do vizinho rio Laboreiro, com mais cascatas e lagoas para banhar. O cenário favorece o “relaxamento, tranquilidade e sossego” e permite a “descoberta cultural”, incita Bruno Rodrigues, filho de Manuel.
Não perca, quando alojado na Aldeia de Pontes (Castro Laboreiro, Melgaço. Tel. 939508465) o centro histórico, o castelo e museu de Castro Laboreiro, e a Ponte da Cavada Velha. Saboreie cabrito e a carne de vaca Cachena no Miradouro do Castelo (Tel. 251465469) e na Tasquinha Castreja (Tel. 910839757). No MiraCastro (Tel. 251460020) prove carne da raça Barrosã.