A atividade agrícola anda de braço dado com o tema das alterações climáticas, não só por ser responsável por “cerca de 12% das emissões” nacionais de carbono, como por se tratar de uma das mais impactadas pelas suas consequências, apontou Duarte Cordeiro.

Ainda assim, o ex-governante defende que há oportunidades a explorar na agricultura, tanto para a descarbonização, como para a transformação da sua pegada negativa em “matéria-prima para a produção de energia”.

A criação animal, devido ao metano produzido pela digestão dos ruminantes, é uma das principais fontes de emissões do sector, mas até o metano pode, por exemplo, ser “injetado na rede” e ajudar a descarbonizar o gás.

Compatibilizar uma maior atratividade da agricultura – encontrando “novos sectores de valorização económica” –, com a descarbonização é possível, mas não devemos “isolar” a atividade como um problema. “É um processo, mas o sector tem mostrado capacidade de adaptação”.

Do ponto de vista de Filipe Sampaio Rodrigues, presidente do conselho consultivo da AJAP, não só os agricultores têm sido “os mais empenhados numa atividade mais sustentável e ecológica”, como são responsáveis pela “melhor agricultura” que se faz atualmente.

Os campos lavrados de antigamente, por exemplo, constituíam uma “má prática” que agora é rara. A não mobilização de solos, com recurso também a tecnologias mais modernas, possibilita a “fixação de matéria orgânica e a retenção de carbono”, explicou, o que permite “descarbonizar muito”.

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