Já é conhecido o calendário da Cidade do vinho 2025. Sob o tema “Vinhos da Serra d’Ossa – Identidade e Futuro – Marcas que deixam história” foram divulgados os principais eventos associados à iniciativa Cidade do Vinho 2025, título conquistado pela região produtora da Serra d’Ossa, que integra os municípios alentejanos de Alandroal, Borba, Estremoz, Redondo e Vila Viçosa. Para harmonizar com a descoberta dos vinhos à mesa vão chegar pratos de borrego, migas, caça e peixe do rio.
Durante a apresentação, que decorreu a 2 de outubro, no Hotel Convento de São Paulo, localizado na Serra d’Ossa, o vice-presidente da Entidade Regional do Turismo (ERT) Alentejo e Ribatejo, Pedro Beato considerou que a iniciativa, ao integrar quatro municípios, “possibilita uma oferta abrangente nos domínios do património, da cultura, no grande ativo turístico, que é a paisagem, as nossas pessoas e a nossa gastronomia”. “Tudo o que gravita à volta da produção, a experiência, a identidade e a autenticidade dos nossos territórios é a base do enoturismo”, afirmou. Neste contexto, Pedro Beato enalteceu o quão notável é a matriz identitária do Alentejo em relação à oferta turística ligada ao vinho: “um estilo de vida, com base na dimensão rural, de conforto e de qualidade.”
O programa de atividades da Cidade do Vinho 2025 é composto por eventos maioritariamente anuais e está ligado, sobretudo, ao vinho, bem como à gastronomia. Desta lista, foram destacados os chamados eventos-âncora: Festival do Peixe do Rio, a ter lugar em março, em Alandroal; a Festa da Vinha e do Vinho, a decorrer em novembro, em Borba; a Feira Internacional de Agropecuária de Estremoz, agendada para maio, as Ruas Floridas, que decorrem em agosto, em Redondo; e da Festa dos Capuchos, reservada para setembro, em Vila Viçosa. Com início em janeiro, com a Gala de Abertura, a decorrer em Borba, do calendário da Cidade do Vinho 2025, até ao verão, destacam-se ainda, em fevereiro, a Semana das Migas (Vila Viçosa), e a Semana do Feijão com poejos e bacalhau (Vila Viçosa), em abril, as semanas gastronómicas do Borrego (Redondo) e da Feira do Queijo (Borba), em maio, o Festival Gastronómico de Agricultura Biológica e Regenerativa (Alandroal), em julho, a Semana Gastronómica do Gaspacho (Redondo).
Ao longo de todo o ano estão agendadas provas de vinhos em todos os postos de turismo da região, passeios pedestres, visitas ao Museu Regional do Vinho (Redondo), a par de cursos de vinhos, wine talks, wine sunsets, sessões de cante alentejano, noites de fado e exposições sobre a temática do vinho e da arte.
Francisco Mateus, presidente da Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA), falou sobre a importância geográfica da Serra d’Ossa e a influência que este património paisagístico exerce sobre a vinha e o vinho produzidos nos cinco municípios da Cidade do Vinho 2025. Ao mesmo tempo, salientou a “tradição vitivinícola muito ancestral” da sub-região de Borba, situada a norte da Serra d’Ossa, e a sub-região do Redondo, situada a sul desta cadeia montanhosa e de quanto ambas “contribuíram, e muito, para a identidade daquilo que o Alentejo é hoje”.
Em traços gerais, “são cinco municípios que têm uma cotação muito grande em termos de produção de vinho, em termos de história da vitivinicultura na região. Portanto, acredito que esta iniciativa vai ser determinante para que mais pessoas possam vir ao Alentejo, ficar no Alentejo, conhecer a região. Mas também que queiram saber como é feito, quem são as pessoas que o fazem, no local, como é tão importante nestes cinco municípios e, no fundo, em toda a região do Alentejo”, enalteceu o presidente da CVRA. Paralelamente, Francisco Mateus acredita que a zona da Serra d’Ossa vai potenciar o turismo no interior da região. “Sendo um acidente natural, é uma forma de mostrar que o Alentejo não é só planície”.
Refira-se que Cidade do Vinho é uma iniciativa da Associação de Municípios Portugueses do Vinho (AMPV). A cerimónia realizada no Alentejo marca a passagem do testemunho da Cidade do vinho 2024, título partilhado pelos municípios de Almeirim, Alpiarça, Cartaxo e Santarém.