O programador e crítico Augusto M. Seabra morreu na madrugada desta quinta-feira, em Lisboa, aos 69 anos, vítima de várias complicações prolongadas de saúde, disse à agência Lusa fonte próxima da família.

De acordo com a mesma fonte, o estado de saúde de M. Seabra, que foi um dos fundadores do jornal “Público”, agravou-se nas últimas semanas e encontrava-se "muito debilitado".

Nascido a 9 de agosto de 1955, Augusto Manuel Seabra, formado em Sociologia, dedicou-se à crítica de música a partir de 1977 e também no cinema, tendo desenvolvido atividade em vários periódicos, nos quais foi colunista, além de se dedicar à programação.

JÚRI DE 1987. O júri do primeiro Prémio Pessoa (da esq. para a dir.): Miguel Veiga, Nuno Teotónio Pereira, Augusto M. Seabra, José Luís Porfírio, Vicente Jorge Silva, António José Saraiva, Fraústo da Silva, Carlos Coelho, Pinto Balsemão, Eduardo Lourenço e Francisco Lucas Pires
JÚRI DE 1987. O júri do primeiro Prémio Pessoa (da esq. para a dir.): Miguel Veiga, Nuno Teotónio Pereira, Augusto M. Seabra, José Luís Porfírio, Vicente Jorge Silva, António José Saraiva, Fraústo da Silva, Carlos Coelho, Pinto Balsemão, Eduardo Lourenço e Francisco Lucas Pires FOTO RUI OCHÔA

Produtor executivo do Departamento de Programas Musicais da RTP e colaborador na conceção de espetáculos de teatro musical, pertenceu também ao júri do Prémio Pessoa, uma iniciativa do Expresso, jornal no qual trabalhou durante cerca de 10 anos, antes de integrar a fundação do “Público”, cujo primeiro número saiu em 1990.

Antes de ingressar no “Público”, do qual, curiosamente, nunca fez parte dos quadros, Augusto M Seabra distinguiu-se nas páginas do Expresso ao escrever sobre música erudita e, sobretudo, sobre cinema. Fez parte da equipa da Revista do Expresso liderada por Vicente Jorge Silva, na qual a crítica de cinema viveu momentos especiais. Aí foi parceiro de Vicente Jorge Silva, mas também de Jorge Leitão Ramos, Manuel Cintra Ferreira, Manuel S. Fonseca e outros, numa redação de que também fizeram parte, em vários momentos, Clara Ferreira Alves ou António Mega Ferreira