“Atualmente, a infeção por HPV é responsável por diversos cancros, nomeadamente por 18,5% a 90% dos cancros da orofaringe e estima-se ainda que, todos os anos, 45.000 novos casos de cancro da cabeça e pescoço, a nível mundial, estejam associados ao HPV”, refere Ana Joaquim, presidente do GECCP.

“Estas doenças podem ser evitadas através da prevenção do HPV, representando também um alívio financeiro significativo para o Serviço Nacional de Saúde, uma vez que estes doentes acabam por ter de recorrer a consultas, exames, cirurgias, radioterapia e quimioterapia com alguma frequência”, acrescenta, em comunicado.

Este é um vírus que se transmite durante o contacto sexual – genital ou oral- e pode levar ao desenvolvimento de doenças, como verrugas genitais e até mesmo cancros. “Oitenta e cinco a 90% das pessoas sexualmente ativas já tiveram contacto com o HPV, por isso, todos os homens e mulheres sexualmente ativos não vacinados estão em risco”, alerta.

Pequenas verrugas esbranquiçadas, aftas frequentes ou feridas brancas ou avermelhadas na boca e garganta são alguns dos sintomas a que as pessoas devem estar atentas. Esta infeção acontece devido ao contacto direto com lesões genitais durante o sexo oral sem proteção, com uma pessoa infetada por HPV.

A vacina contra o HPV faz parte do Programa Nacional de Vacinação (PNV) desde 2008 e está disponível de forma gratuita para raparigas e para rapazes, a partir dos 10 anos, num esquema de duas doses semestrais. Segundo dados de 2023 da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), em Portugal, a cobertura vacinal contra o HPV até aos 15 anos atingiu os 91%.

No entanto, “continuam a existir muitas pessoas em Portugal sem acesso à vacina, por isso o GECCP reforça que a vacinação deve ser alargada a todos os jovens, rapazes e raparigas, mas também às franjas da população mais vulneráveis”, conclui Ana Joaquim.

MJG

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