
Que guerra foi esta de que ninguém se lembra? De que modos comunica com os conflitos actuais? Como os factos aparentemente irrelevantes mudam o curso dos homens no tempo?
Puxando a meada ao conflito que marcou a transição entre a primeira e a segunda metade do século XIX, vamos conhecendo a sucessão de factos irrelevantes que constroem um conflito. Na encruzilhada de impérios e nações, de csares, de sultões e imperadores, ficamos a conhecer os pequenos e, aparentemente absurdos elementos da história que incendiaram pontos dispersos do globo, da Rússia a Jerusalém, do Mar Negro, ao Mar Báltico e ao Mediterrâneo.
A partilha de espaços de culto entre diferentes grupos religiosos na geografia de Jerusalém, uma igreja, o seu telhado e o seu chão, é a ignição deste conflito. Partilhada entre cristãos e cristãos ortodoxos em terras de muçulmanas, somos levados a partir desta igreja a compreender como os poderes são voláteis e constantemente reafirmados.
Mas esta guerra de aparato moderno de que parece ter resultado uma mão cheia de nada, foi motor da reconfiguração social na Rússia significando o fim dos tempos de servidão e os desenvolvimentos que daí advieram. Uma guerra que, apesar de esquecida, nos diz muito sobre o nosso presente.
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