A autoridade da aviação civil libanesa proibiu aos passageiros a introdução de equipamentos eletrónicos de receção de mensagens ('pagers') e transmissores rádio ('walkie-talkies') nos aviões, na sequência das explosões coordenadas de aparelhos daquele tipo nos últimos dias.

A ordem emitida esta quinta-feira afeta o Aeroporto Internacional Rafik Hariri, em Beirute, e restringe a presença dos equipamentos na bagagem de mão ou nas malas que são colocadas no porão dos aviões.

Mais de trinta pessoas morreram terça-feira e quarta-feira na sequência de explosões de centenas de dispositivos de comunicação utilizados pelos membros da milícia Hezbollah (Partido de Deus).

Quem é o responsável?

As autoridades libanesas e o governo de Teerão, que sustenta o Hezbollah, acusaram Israel de ser responsável pelo ataque, mas Telavive não reconheceu explicitamente a sua autoria.

De acordo com as primeiras investigações, os dispositivos eletrónicos ocultavam uma carga explosiva.

Além dos recetores eletrónicos de mensagens escritas e dos aparelhos transmissores/recetores rádio, vários painéis de energia solar também foram detonados por via remota.

O caráter do ataque que também afetou civis em locais públicos no Líbano foi criticado pelas Nações Unidas.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu para que os utensílios usados por civis não sejam usados como armas.

O Conselho de Segurança da ONU vai reunir-se de urgência na sexta-feira para debater a série de explosões de pagers e outros dispositivos no Líbano.