O responsável do Governo provincial de KwaZulu-Natal (KZN) para a área dos Transportes e Assentamentos Humanos, Siboniso Duma, adiantou, em conferência de imprensa, que o projeto pretende instalar na totalidade 160 quilómetros de muro em betão junto à fronteira com o país vizinho lusófono.

A primeira fase de construção do muro de betão, iniciada em 2018, estende-se desde o posto de fronteira de Kosi Bay até à margem oeste do parque nacional Tembe Elephant Park, segundo as autoridades locais que divulgaram hoje imagens da obra na imprensa sul-africana.

O projeto ligará ainda ao parque de elefantes a região oeste da reserva animal de iSimangaliso e do rio Phongolo, no nordeste da província sul-africana de KZN, que faz fronteira com Moçambique, segundo as autoridades locais sul-africanas.

O porta-voz do executivo provincial de KwaZulu-Natal, Ndabazinhle Sibiya, declarou ao jornal sul-africano Citizen que "o Governo moçambicano não está obrigado a contribuir financeiramente para a construção do muro" de betão.

Desde fevereiro de 2021, a África do Sul mantém destacada uma força de segurança especial a tempo inteiro ao longo da fronteira com Moçambique para travar o "enorme problema" da imigração ilegal oriunda do país lusófono, segundo o Governo sul-africano.

Em novembro de 2023, o Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, aprovou também o destacamento de 3.300 efetivos do exército para impedir a exploração mineira ilegal em todo o país, que é rico em recursos como ouro, diamantes e platina.

O setor, que conheceu um dos desenvolvimentos mais lucrativos do continente africano, está frequentemente associado à atividade de grupos criminosos organizados na África do Sul.

Pelo menos 83 moçambicanos, de um total de cerca de 1.200 mineiros ilegais, foram detidos desde abril de 2022 na África do Sul no âmbito do combate à mineração ilegal em várias províncias, anunciou a polícia sul-africana.

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