Em declarações aos jornalistas após a aprovação da moção de censura contra o seu executivo, na Assembleia Legislativa da Madeira, Albuquerque disse que aprovação do documento "era expectável", apontando que o Chega é um "fator de instabilidade" e "um instrumento ao serviço da esquerda e do socialismo".

O social-democrata realçou que o PSD vai pedir eleições antecipadas ao representante da República para a Madeira, Ireneu Barreto, que ouvirá agora os partidos com representação parlamentar.

"Nós queremos que ocorram o mais rapidamente possível", afirmou, acrescentando que há um conjunto de concursos públicos e outras medidas, entre as quais atualizações de carreiras, que não podem estar sujeitas "a um clima de desconfiança".

Miguel Albuquerque rejeitou, também, eleições e um congresso extraordinário no PSD/Madeira, justificando que não quer entrar "numa situação de fratura" que só beneficiaria os seus adversários.

"Eu não alimento vontades suicidárias. Neste momento o partido tem de estar unido, porque temos um combate político pela frente", reforçou.

Miguel Albuquerque reafirmou ainda que será o cabeça-de-lista em possíveis novas eleições antecipadas e garantiu estar disponível para "conversar com todos os militantes", incluindo Manuel António Correia, com quem disputou as últimas internas da estrutura regional, em março.

A Assembleia Legislativa da Madeira aprovou hoje, por maioria, a moção de censura apresentada pelo Chega ao Governo Regional minoritário do PSD, liderado por Miguel Albuquerque, o que implica a queda do executivo.

O documento recebeu os votos a favor de toda a oposição - PS, JPP, Chega, IL e PAN, que juntos reúnem 26 eleitos, ultrapassando assim os 24 necessários à maioria absoluta -, enquanto o PSD e o CDS-PP (que tem um acordo parlamentar com os sociais-democratas) votaram contra.

A aprovação da moção de censura, uma situação inédita no arquipélago, implica, segundo o Estatuto Político-Administrativo da Madeira, a demissão do Governo Regional e a permanência em funções até à posse de uma nova equipa.

Em novembro, o Chega justificou a apresentação do documento com as diferentes investigações judiciais envolvendo Miguel Albuquerque e quatro secretários regionais, todos constituídos arguidos.

TFS (AMB/DC) // JLG

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