A declaração surgiu no sábado, durante uma cimeira na Venezuela, por ocasião do 20.º aniversário da fundação da aliança, no qual participaram dirigentes e chefes de governo.
Numa declaração conjunta, os dez Estados-membros reiteraram a condenação dos "terríveis crimes contra a humanidade que foram cometidos na Faixa de Gaza e nos territórios palestinianos ocupados ilegalmente".
Além disso, "rejeitaram categoricamente o genocídio cruel e desumano cometido pelo Estado de Israel, a potência ocupante, bem como o seu plano de pilhagem, invasão e domínio".
A ALBA denunciou o "apoio cúmplice" dos governos que "permitem a Israel agir impunemente" e exigiu um "cessar-fogo imediato" na Faixa de Gaza.
A aliança reafirmou o apoio a "todas as ações políticas, sociais e diplomáticas necessárias para garantir ao povo palestiniano o seu legítimo direito à paz e ao estabelecimento do seu Estado independente".
O Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, sublinhou que a declaração foi aprovada "por unanimidade" e manifestou o desejo de que "um dia" a ALBA realize uma cimeira "com o povo palestiniano" numa "Jerusalém livre" "nas mãos do povo e não das elites imperialistas, belicistas e nazis".
Numa outra declaração, a organização defendeu a "queda do imperialismo e [a] emergência de uma nova ordem multipolar, marcada por relações de respeito e cooperação para o desenvolvimento económico, político e social dos povos de todo o mundo".
A ALBA destacou o "papel fundamental" do grupo de economias emergentes BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).
Além disso, a aliança rejeitou as "medidas coercivas unilaterais, arbitrárias, ilegais e criminosas" impostas pelos Estados Unidos contra Cuba, Venezuela e Nicarágua.
As sanções "afetam gravemente o bem-estar e a prosperidade" dos povos e constituem uma agressão estratégia sistemática que visa impor uma agenda alinhada com os seus interesses geopolíticos", disse a ALBA.
Os membros da organização reiteraram ainda a "forte condenação do genocida e ilegal bloqueio económico, comercial e financeiro imposto" contra Cuba.
A aliança foi criada em 2004 pela Venezuela e Cuba numa tentativa de combater a influência dos EUA na região. Nicarágua, Bolívia e algumas nações caribenhas incluem-se no grupo.
A cimeira de sábado contou com a presença dos presidentes da Bolívia, Luis Arce, de Nicarágua, Daniel Ortega, e de Cuba, Miguel Díaz-Canel, bem como os chefes de Governo de São Vicente e Granadinas, Ralph Gonsalves, da Dominica, Roosevelt Skerrit, e de Antígua e Barbuda, Gaston Browne.
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Lusa/fim