O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos reiterou que acabar com a guerra em Gaza é uma prioridade e pediu aos países para agirem contra aquilo a que chamou o “flagrante desrespeito” de Israel pelo direito internacional nos territórios palestinianos ocupados.
“Os Estados não devem – não podem – aceitar o desrespeito flagrante do direito internacional, incluindo as decisões vinculativas do Conselho de Segurança e as ordens do Tribunal Internacional de Justiça, nem nesta nem em qualquer outra situação”, afirmou Volker Turk num discurso proferido na abertura do Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas, em Genebra.
Já o alto representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros criticou o que diz ser a falta de “vontade política” do bloco comunitário para pressionar Israel a avançar para um cessar-fogo em Gaza. “O que mais podemos fazer? Certamente podíamos fazer mais coisas, mas eu não acho que haja vontade política para isso”, disse Josep Borrell, citado em comunicado, durante uma visita à província egípcia mais próxima da fronteira com a Faixa de Gaza.
Durante a madrugada, Israel efetuou vários ataques contra a Síria, causando pelo menos 16 mortos, de acordo com as autoridades sírias, enquanto o Observatório Sírio para os Direitos Humanos contabiliza já 25. A Síria classificou os bombardeamentos israelitas contra o seu território como uma “agressão flagrante”, acusando os israelitas de aumentar a tensão no Médio Oriente.
“Numa continuação dos seus ataques contra o território sírio, a ocupação israelita lançou uma flagrante agressão aérea na noite de 8 de setembro a partir do espaço aéreo no noroeste do Líbano”, denunciou o Ministério dos Negócios Estrangeiros sírio em comunicado.
“A insistência da entidade ocupante israelita em atacar o território sírio e outros países da região, assim como a continuidade da sua guerra brutal contra o povo palestiniano na Faixa de Gaza e na Cisjordânia e os horríveis massacres e o genocídio contra os palestinianos, apenas indicam que a entidade fascista procura freneticamente uma nova escalada na região”, acrescenta.
O Irão acusou Israel de ter levado a cabo um ataque “criminoso” na Síria. “Condenamos firmemente este ataque criminoso do regime sionista em solo sírio”, declarou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Nasser Kanani, numa conferência de imprensa em Teerão, apelando aos aliados de Israel para que “deixem de o apoiar e armar”.
Mais notícias do dia:
⇒ As forças armadas israelitas ordenaram nova evacuação de algumas áreas residenciais no noroeste da Faixa de Gaza, onde, segundo as autoridades, membros de milícias palestinianas dispararam rockets sobre a cidade israelita próxima de Ashkelon. Os militares afirmaram ter intercetado um projétil, enquanto outro caiu no mar. Israel ordenou a evacuação de todo o norte da Faixa de Gaza logo nas primeiras semanas da guerra, que começou a 7 de outubro do ano passado.
⇒ A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina indicou que já foram vacinadas contra a poliomielite mais de 446 mil crianças em Gaza. “A partir de amanhã, a campanha deslocar-se-á para o norte, entrando na fase mais complexa. Muitas mais crianças precisam urgentemente da vacina”, escreveu a organização na rede social X.
⇒ O primeiro-ministro israelita garantiu que “não há nem haverá alterações no estatuto da Esplanada das Mesquitas na cidade velha de Jerusalém”. De acordo com o estatuto em vigor desde 1967, o local está reservado exclusivamente ao culto dos muçulmanos, enquanto os judeus só podem entrar como visitantes. Benjamin Netanyahu insistiu com todos os ministros para não visitarem o Monte do Templo – como os judeus chamam à Esplanada das Mesquitas, um local também considerado sagrado pelos muçulmanos – sem a sua aprovação prévia e através do secretário militar.
⇒ O Presidente da Turquia defendeu que a Organização de Cooperação Islâmica deve convocar uma cimeira de emergência para discutir a guerra em Gaza e a atitude israelita. Recep Erdogan considera que Israel tem como alvo a mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém, como parte de uma ação “expansionista”, e para Ancara, Jerusalém e a mesquita são a “linha vermelha”.
⇒ O Bloco de Esquerda quer ouvir com urgência no Parlamento o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, sobre um navio com bandeira portuguesa que transporta explosivos e que os bloquistas acreditam que se destinam ao exército israelita. “O ministro escolheu uma versão dos factos que oculta a real intenção daquele navio, que oculta a bandeira portuguesa daquele navio e que aquele navio transporta uma carga que se destina ao exército israelita”, acusou a coordenadora do partido, Mariana Mortágua, em declarações aos jornalistas, em Lisboa.
⇒ O exército norte-americano informou ter destruído “com sucesso” três drones e dois sistemas de mísseis utilizados pelos hutis, em áreas controladas pelos rebeldes no Iémen, que “representavam uma ameaça clara e iminente” ao transporte marítimo no Médio Oriente.
⇒ A Jordânia reabriu a passagem de fronteira de Allenbym para a Cisjordânia, mas apenas para passageiros, continuando fechada para mercadorias, após o tiroteio em que um jordano matou três israelitas, informou o Ministério do Interior jordano. O ministério instou os passageiros a “cumprirem as instruções” das autoridades para facilitar a viagem.
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