O incêndio da semana passada em Arouca queimou 20% do território desse concelho do distrito de Aveiro, revelou, nesta segunda-feira, a autarquia, situando em cerca de 6.000 hectares a mancha florestal destruída.
"A área ardida não está ainda totalmente apurada, mas estima-se que ronde os 6.000 hectares, o que corresponde a 20% do concelho", adiantou à agência Lusa a presidente da Câmara Municipal de Arouca, Margarida Belém.
Considerando que o concelho que também integra a Área Metropolitana do Porto e que está classificado como Geoparque da UNESCO ocupa uma área global na ordem dos 329 quilómetros quadrados, dos quais 85% estritamente de floresta, a porção de solos destruídos corresponde assim a 17% da mancha verde do território.
Quanto ao impacto económico dessa destruição, Margarida Belém diz que o levantamento dos prejuízos teve início com o incêndio ainda em curso, nas áreas onde já não havia fogo, mas só será concluído dentro de alguns dias.
"A área ardida é extensa e houve muita maquinaria e utensílios agrícolas que foram destruídos", justifica a autarca socialista. "Mesmo assim, esperamos que até final da corrente semana possam estar apurados os danos", afirma.
Até lá, as prioridades da Câmara Municipal são duas: "Por um lado, salvaguardar que quem foi afetado pelo incêndio é o mais rapidamente possível ressarcido dos danos daí advenientes e, por outro, considerando as previsões meteorológicas para os próximos dias, garantir a implementação de ações que salvaguardem a seguranças das populações nas áreas ardidas".
No primeiro caso, Margarida Belém diz que a agilização dos apoios financeiros já está a ser coordenada com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), cujos técnicos estiveram hoje em Arouca para se inteirarem presencialmente da extensão da área da ardida e dos danos decorrentes do incêndio, com vista a "identificar de forma mais expedita os financiamentos disponíveis".
Já no que se refere às previsões de chuva intensa para os próximos dias, a presidente da Câmara anuncia que terá ao serviço três equipas de sapadores florestais do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, num total de 15 profissionais, para reforço das operações de limpeza que os técnicos da autarquia estão a conduzir nas zonas ardidas.
"Essas operações abrangem, por exemplo, a limpeza de caneiros e a estabilização das encostas e taludes, sobretudo nos pontos mais críticos, sujeitos a problemas como derrocadas, queda de árvores e arrastamento de matéria lenhosa para linhas de água", realça a autarca.
- Com Lusa