O estudo “Portugal a Brincar III”, a que o SAPO teve acesso, desenvolvido em parceria pela Escola Superior de Educação de Coimbra (ESEC), o Instituto de Apoio à Criança (IAC) e a Estrelas & Ouriços, e baseado numa amostra de 1145 inquiridos, revelou que cerca de 53,8% das crianças utiliza smartphones/tablets para brincar. Apesar de ainda se tratar de um valor elevado, os dados revelam uma tendência decrescente quando comparados com os dos anos anteriores (69,5% em 2022 e 65,3% em 2018).

Ainda que a maioria das crianças opte pela tecnologia na hora de brincar, os resultados revelam que a quantidade de brinquedos não eletrónicos que as crianças têm em casa (66,3%) continua a ser superior aos brinquedos tecnológicos (1,7%), ainda que com um ligeiro decréscimo face aos anos anteriores (69,5% em 2022 e 73,3% em 2018). Observa-se ainda que há cada vez mais pais a optar por dar aos seus filhos acesso apenas a brinquedos não tecnológicos: 7,8% em 2018, 16,9% em 2022 e 23,2% em 2024.

Quando questionados sobre a quem pertencem as tecnologias utilizadas pelas crianças, os estudos revelam que 50,3% dos pais emprestam os seus dispositivos aos filhos e que 39,3% das crianças têm o seu próprio smartphone/tablet.

Do grupo de crianças que utiliza tecnologia para brincar, verifica-se que 65,4% brincam menos de uma hora por dia com esses aparelhos e que 28,7% brincam entre uma e duas horas. Percentagens mais pequenas, mas preocupantes, revelam que 4,1% brincam com smartphones/tablets entre duas e três horas por dia, 1,5% entre três e quatro horas e 0,4% confessam brincar mais de quatro horas por dia.

Estando cada vez mais presente no nosso dia a dia, e sendo praticamente inevitável a sua utilização, o SAPO procurou saber de que forma a tecnologia, apesar de todas as suas valências positivas, pode ser utilizada de forma mais saudável e equilibrada pelas crianças. Veja o que Ana Lourenço, psicóloga do sector de atividade lúdica do Instituto de Apoio à Criança e coautora do estudo “Portugal a Brincar III”, e João Couvaneiro, professor no Egas Moniz School of Health & Science, têm a dizer sobre o tema no vídeo abaixo: