Se o ensino é hoje uma "indústria exportadora", como diz Carlos Moedas, Lisboa tem sabido desequilibrar a balança em seu favor e captar talento de todos os pontos do mundo. E o The Lisbon MBA, que junta a Católica Lisbon School of Business & Economics e a Nova SBE, oferecendo aos alunos um dos melhores programas de MBA do mundo (está em 19.º de todos os que existem a nível global na categoria de joint programmes no ranking da QS Executive MBA), tem contribuído para isso.

Não será então de admirar que entre os trabalhos desenvolvidos pelos gestores capacitados pelo Lisbon MBA, que conta com uma parceria com o MIT Sloan School of Management, possa nascer aquela que será, porventura, a próxima solução inovadora capaz de mudar o mundo. "O próximo Google", como lhe chamou o presidente da Câmara de Lisboa e anterior responsável pela pasta europeia da Ciência e Inovação. No encontro "IA – Da Teoria à Prática", organizado pela comunidade de alumni do The Lisbon MBA Católica|Nova e que teve o SAPO como media partner, para explorar o potencial transformador da inteligência artificial (IA) com uma visão prática sobre a sua aplicação em setores-chave da economia, Moedas foi convidado especial e deixou um desafio aos MBA: "Se cada um dedicar um par de anos ao serviço público, se fizerem esse compromisso de entrega ainda que durante um tempo limitado e definido, certamente conseguiremos grandes conquistas para o país."

A intervenção de Carlos Moedas, numa conversa com o dean da Católica Lisbon School of Business and Economics, Filipe Santos, foi um dos momentos altos da The Lisbon MBA Alumni Unite Summit, que arrancou com uma masterclass do professor Miguel Godinho de Matos (investigador na Carnegie Mellon University), focada no impacto da IA nos negócios, e terminou com um painel de luxo, em que a diversificação foi rainha e seis protagonistas de setores económicos florescentes partilharam a sua experiência na aplicação atual de dados e Inteligência Artificial no mundo real.

No evento, de que o SAPO foi media partner, a convite da diretora executiva do The Lisbon MBA, Maria José Amich, o painel constituído por Bernardo Correia (country director da Google), Cristina Campos (mentora, angel investor em healthcare e ex-CEO da Novartis), Sergio Tomazio (head of innovation da Siemens Mobility), Nuno Santos (CEO da Lisnave), Hugo Gonçalves Pereira (private equity e business angel em real estate) e Vaco Portugal (CEO da Sensei) revelou pontos fortes que já impactam negócios, como a agilização de processos e capacidade de customização de produtos, mas também desafios, como a visão necessária para encontrar caminhos diferentes, criar, inovar. E até a necessidade de ter um AI Act funcional em tempo recorde, que não seja limitativo da inovação nem nos deixe expostos a riscos.

Painel de debate moderado por Joana Petiz, diretora editorial do SAPO: AI Implementation: from idea to strategy
Painel de debate moderado por Joana Petiz, diretora editorial do SAPO: AI Implementation: from idea to strategy créditos: Alumni Club Lisbon MBA

Certo é que a IA já está em campo e muito pujante nesta zona do mundo, mas a Europa entrou com atraso neste comboio e precisa de ganhar tempo relativamente aos Estados Unidos e à Ásia. Sobretudo no que respeita a trazer para bordo as pessoas, dos recursos humanos menos especializados aos gestores, sob pena de ter as ferramentas e não saber usá-las ou não saber escolher as que mais podem ajudar e impulsionar negócios e inovação.

"Inovar" foi mesmo a palavra-chave neste encontro, em que ficou um desafio bem identificado: "A Europa sempre foi extraordinária em pôr dinheiro no conhecimento, mas tem de se aplicar em transformar conhecimento em dinheiro." Para Carlos Moedas, isso passa por ligar "a ciência fundamental a oportunidades reais, a emprego, a produtos", caminho que ele próprio quis estimular com a criação da Fábrica de Unicórnios em Lisboa, que estimulou uma nova dinâmica de investimento e ciência, potenciando a atração de talento à capital portuguesa, graças também aos já 70 centros tecnológicos que aqui se fixaram desde então, num verdadeiro ciclo virtuoso.

Não se trata de criar cisões, confrontos, mas antes de apostar na diversificação para gerar aquilo a que o presidente da CML chama de "creative abrasion", uma complementaridade fundamental para a criatividade e a inovação, que só pode surgir de diferentes experiências e formas de pensar.

E que melhor palco para isso senão a comunidade do The Lisbon MBA, onde se juntam executivos e empreendedores transversais a todos os setores da sociedade? O que também explica a casa cheia, na Católica Lisbon School of Business and Economics, no dia deste evento. "Este fórum serve para partilhar e discutir o futuro próximo, mostrando algumas das melhores iniciativas que a nossa sociedade já está a produzir e construir valor para o que serão as empresas do futuro", diz João Serrano, copresidente do Alumni Club, The Lisbon MBA Católica|Nova. E foi precisamente isso que se viu neste encontro.