"Os ataques a forças de manutenção da paz da ONU constituem uma violação do direito internacional e são totalmente inaceitáveis", declarou Borrell num comunicado, referindo-se aos oito capacetes azuis austríacos da FINUL hoje feridos num ataque com morteiros "provavelmente proveniente do [movimento xiita libanês] Hezbollah ou de um grupo a ele ligado".
O chefe da diplomacia europeia sublinhou que "a União Europeia (UE) reitera o seu inabalável apoio ao papel da FINUL" no Líbano, onde se encontra em missão de manutenção de paz desde que para tal foi criada, em 1978, por uma resolução da ONU, dias após a invasão por Israel do sul do país.
Em nome da UE, Borrell reiterou também "o apelo a todas as partes para que cumpram plenamente as suas obrigações de garantir a segurança e a proteção do pessoal da ONU em todas as circunstâncias".
Oito soldados austríacos da FINUL sofreram hoje ferimentos ligeiros num ataque com 'rockets' à cidade de Naqura, perto da fronteira com Israel, anunciou o Ministério da Defesa austríaco.
Os ferimentos foram "ligeiros e superficiais" e não exigiram "tratamento médico de urgência", segundo um comunicado do ministério, que afirmou desconhecer então a origem do ataque, mas "condenando-o veementemente".
A ministra da Defesa austríaca, Klaudia Tanner, condenou o ataque "nos termos mais fortes possíveis" e apelou para uma investigação imediata, assim como instou todas as partes a que garantam a segurança das forças de manutenção da paz.
"Não pode ser e não será tolerado que as forças de manutenção da paz da ONU sejam colocadas em perigo, intencionalmente ou não", sublinhou.
A FINUL sublinhou hoje que as suas tropas "permanecem nas suas posições" no sul do Líbano e prosseguem as suas atividades, "adaptadas" a uma situação marcada pelo permanente fogo cruzado entre as Forças de Defesa de Israel e o grupo xiita Hezbollah.
A missão tem acusado repetidamente as forças israelitas de visarem deliberadamente posições e instalações dos denominados "capacetes azuis".
Israel, por seu lado, alega que o Hezbollah está a utilizar estes militares como escudos humanos e instou a FINUL a retirar-se.
As forças israelitas têm levado a cabo pesados bombardeamentos no sul e leste do Líbano, bem como em Beirute, provocando mais de 2.200 mortos.
Desde 11 de outubro, a missão da ONU afirma ter sido alvo de vários ataques atribuídos a Israel.
Em meados de outubro, pelo menos cinco soldados de manutenção da paz ficaram feridos, ataques fortemente condenados pela ONU e pela UE.
ANC (PL) // SCA
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