De acordo com as autoridades de Kherson, os ataques russos causaram dois mortos e 14 feridos, durante a madurgada, na parte da região a oeste do rio Dnieper, que está sob controlo da Ucrânia.
No caso de Mykolaiv, o governador Vitali Kim disse que um míssil balístico russo Iskander-M atingiu uma fábrica de alimentos, causando a morte de duas trabalhadoras, de 54 e 56 anos.
Também na terça-feira à noite, os ataques russos causaram a morte de um outro civil no distrito de Pokrovsk, na região de Donetsk (leste), onde a Rússia concentra os maiores esforços para continuar a ganhar terreno na frente de batalha.
Por outro lado, o Ministério da Defesa da Rússia anunciou hoje que abateu 104 drones ucranianos em nove regiões, um dos maiores ataques deste tipo em território russo desde o início do conflito.
Todas as 104 aeronaves foram "intercetadas e destruídas pelos sistemas de defesa aérea" durante a noite, incluindo 47 --- o maior número --- na região de Kursk, de acordo com a mensagem do ministério, publicada na plataforma Telegram.
A Ucrânia afirma controlado centenas de quilómetros quadrados em Kursk, desde uma ofensiva surpresa lançada em agosto.
Kiev intensificou os ataques aéreos contra instalações militares e energéticas russas nos últimos meses, numa resposta ao bombardeamento da Rússia contra cidades e a rede eléctrica ucranianas.
Na região de Belgorod, onde quatro aeronaves ucranianas foram intercetadas, um civil ficou ferido numa zona residencial na cidade de Graivoron por drones e foi hospitalizado, disse o governador regional Vyacheslav Gladkov.
Na região de Nizhny Novgorod, os destroços de um drone provocaram um incêndio numa refinaria.
"Os bombeiros estão a combater o incêndio neste momento. De acordo com os relatórios iniciais, ninguém ficou ferido", disse no Telegram o governador regional Gleb Nikitin.
Outros 11 drones foram intercetados na região de Smolensk, incluindo um "durante uma tentativa de ataque a uma instalação nuclear" que não causou qualquer dano, disse o governador local, Vasily Anokhine, no Telegram.
Os ataques surgiram horas depois do Presidente russo, Vladimir Putin, ter garantido que está aberto a negociar a paz, mas rejeitando conversações diretas com o homólogo ucraniano Volodymyr Zelensky, por considerar que o fim do seu mandato o torna ilegítimo.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste do país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
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