"Deparamos que há uma certa resistência da população em colaborar com o Ministério da Saúde e é nesse sentido que a sensibilização será o fator chave", disse à Lusa o presidente do Serviço Nacional de Proteção Civil e Bombeiros, Domingos Tavares, após reunir-se com as outras autoridades para falar sobre a epidemia da dengue no país.

Desde o surgimento do primeiro caso em novembro de 2023, o país vem registando "surtos periódicos de dengue", tendo sido já notificados mais de 2.200 casos confirmados.

Domingos Tavares alertou que é necessário primeiro fazer com que as pessoas percebam o risco da dengue, realizar uma "sensibilização mais massiva" na comunidade, e só depois iniciar o combate.

Para o responsável, só assim, quando forem iniciadas ações de combate à doença, as pessoas poderão ajudar os técnicos, recebendo-os da melhor forma possível nas suas casas, e colaborar.

Depois da sensibilização na comunidade, o plano é reforçar a desinfestação intra-domiciliar, onde se encontra a maior parte dos casos, e a limpeza nos "bairros mais críticos" da cidade da Praia, para eliminar qualquer crescimento de foco de mosquito.

"O nosso forte será a prevenção, a sensibilização e apelando que a população colabore para que a epidemia de dengue se diminua", referiu.

A partir da próxima semana, técnicos especializados do Serviço Nacional da Saúde, agentes do Serviço Nacional de Proteção Civil e Bombeiros, da Polícia Nacional e militares estarão no terreno, em diferentes bairros da capital do país, para sensibilização e campanha de combate à dengue.

 O Governo anunciou na quinta-feira que vai decretar a situação de alerta de proteção civil durante três meses nas ilhas de Santiago, Fogo e Brava devido ao aumento da dengue, podendo ser renovada caso a situação não melhore.

O surto mais grave de dengue em Cabo Verde foi registado em 2009, com 21.000 casos e seis óbitos, todos na ilha de Santiago.

Febre, dor de cabeça, dores musculares e nas articulações, a par de inflamações na pele, fazem parte dos sintomas da infeção que, nos casos mais graves, pode evoluir para dengue hemorrágica e, no limite, causar a morte. 

 

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