
Dois caças da força aérea da Coreia do Sul lançaram esta quinta-feira por engano oito bombas, que explodiram numa aldeia durante um exercício militar. Pelo menos 15 pessoas ficaram feridas e várias casas danificadas.
O incidente causou 15 feridos, dois dos quais em estado grave, e ainda "danos materiais" numa igreja e em quatro casas, em Pocheon, a cerca de 25 quilómetros a sul da linha de demarcação com a Coreia do Norte, que tem armas nucleares.
“Ouviu-se um 'rugido' repentino de um caça e depois uma explosão. Quando fui ao local, havia cerca de quatro casas que estavam 'divididas ao meio', pessoas feridas”, disse Oh Moung-su, um residente de 65 anos.
Em comunicado, a Força Aérea da Coreia do Sul esclareceu que oito bombas Mk82 (de 225 kg) caíram de dois jatos KF-16, durante um "exercício conjunto com munições reais, organizado com a força aérea e o exército".
"Lamentamos os danos causados pelo acidente e desejamos uma rápida recuperação aos feridos", declarou a Força Aérea.
Um militar disse à agência Reuters que o acidente foi causado por um piloto que introduziu as coordenadas erradas. O erro terá levado os dois caças a lançarem quatro bombas, cada um, que acabaram por detonar numa aldeia.
A Coreia do Sul declarou ter criado um comité para investigar o sucedido e comprometeu-se a "compensar os danos".
Exercícios com fogo real foram suspensos temporariamente
As autoridades já anunciaram a suspensão dos exercícios com fogo real até que se perceba o que correu mal, mas o incidente não afetará os manobras militares conjuntas da Coreia do Sul e dos Estados Unidos.
No final deste mês, os Estados Unidos e a Coreia do Sul deverão iniciar os tradicionais exercícios militares anuais "Freedom Shield", que incluem manobras para conter a ameaça nuclear da Coreia do Norte.
Washington é o principal aliado de Seul em matéria de segurança, tendo estacionados cerca de 28.500 soldados na Coreia do Sul.
As relações diplomáticas entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul, que permanecem tecnicamente em guerra desde o conflito armado de 1950-1953, encontram-se no ponto mais baixo das últimas décadas.
Com LUSA