"A Sala da Paz considera que, no geral, a campanha eleitoral até ao momento tem estado a decorrer de forma pacífica e ordeira. Constatamos que houve progressos significativos comparativamente à campanha eleitoral de 2019, isto em termos de incidência, intensidade de violência, ilícitos e irregularidades eleitorais", disse Felicidade Chirindza, da Sala da Paz.
A organização afirma ter constatado algumas irregularidades nos 40 dias de campanha para as eleições de 09 de outubro, entre as quais está a colagem de panfletos em locais proibidos por lei, destruição de material de propaganda e uso de menores durante a campanha, incidências que considerou constantes, embora os primeiros dias tenham sido relativamente "mais tensos" em termos de violência.
"Os nossos observadores reportam situações de três crianças feridas durante a queda de uma coluna de som durante o comício do candidato da Frelimo, Daniel Chapo, na cidade de Pemba. Foram igualmente reportados dois acidentes de viação em contexto de campanha eleitoral cujas vítimas mortais são dois menores de idade", destacou a Sala da Paz.
Apesar de considerar que a campanha decorre de forma pacífica, as organizações da sociedade civil pediram "medidas cautelares" para os últimos dias do processo e as fases subsequentes, nomeadamente a votação, a contagem dos votos e a divulgação dos resultados.
Moçambique realiza na próxima quarta-feira as sétimas eleições presidenciais - às quais já não concorre o atual chefe de Estado, Filipe Nyusi, que atingiu o limite constitucional de dois mandatos - em simultâneo com as sétimas legislativas e quartas para assembleias e governadores provinciais.
Mais de 17 milhões de eleitores estão inscritos para votar, incluindo 333.839 recenseados no estrangeiro, segundo dados da Comissão Nacional de Eleições.
Concorrem à Presidência Daniel Chapo, apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), no poder, Ossufo Momade, apoiado pela Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), maior partido da oposição, Lutero Simango, apoiado pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceira força parlamentar, e Venâncio Mondlane, apoiado pelo Partido Otimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos).
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