"Quatro anos passaram desde que se tomou a decisão de encerramento da refinaria, quatro anos passaram em que foram feitas promessas aos trabalhadores de que nenhum deles iria ser abandonado em todo este processo e quatro anos passaram em que dos 147 trabalhadores que foram vítimas de despedimento cerca de 100 ainda têm uma indefinição enorme relativamente ao seu futuro", referiu Tiago Oliveira durante uma concentração junto à refinaria.
O dirigente sindical sublinhou que alguns destes cerca de 100 ex-trabalhadores continuam desempregados e outros têm empregos com vínculos precários.
"São trabalhadores que tinham uma perspetiva de vida e de futuro completamente distinta e que hoje se veem confrontados com muitas dificuldades", frisou.
Na opinião de Tiago Oliveira, com o fecho da refinaria, que apelidou de um crime económico, o país "abdicou de um setor estratégico".
Dizendo que a concentração, que juntou mais de 50 ex-trabalhadores e trabalhadores, dirigentes sindicais e representantes de partidos políticos, não visou "fazer nenhum enterro", mas sim dizer que estes "não têm memória curta".
E acrescentou: "Nós não temos memória curta, nem esquecemos aquilo que foram os crimes económicos que foram cometidos no passado e que continuam a ser cometidos hoje relativamente aos trabalhadores e ao país".
O encerramento da refinaria foi comunicado pela Galp em dezembro de 2020 e concretizado no ano seguinte, num processo muito criticado pelas estruturas sindicais.
Em maio de 2021, a Galp deu início a um despedimento coletivo de cerca de 150 trabalhadores da refinaria, chegando a acordo com 40% dos cerca de 400 colaboradores.
Já em 2023 foi anunciada a instalação de um Centro Internacional de Biotecnologia Azul no local, que contará ainda com a colaboração da Fundação Oceano Azul, depois de ter sido anunciada uma cidade da inovação ligada às "energias do futuro".
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