"É o candidato certo. Candidato que promete, jovem, que vai nos levar para a frente", afirma à Lusa, à chegada ao local, no centro de Maputo, a avicultora Maria Fernanda Chissano, 57 anos, depois de uma viagem de uma hora só para ver e ouvir Daniel Chapo, o candidato a Presidente da República nas eleições de 09 de outubro, apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo).
Devidamente vestida com as cores da Frelimo e a fotografia de Chapo na camisola, Maria Fernanda, eufórica, pede ao candidato, de 47 anos, o mais novo dos quatro que disputam a presidência, que só chegaria quase duas horas depois, que alivie o "pesado custo" de vida atual, mas sobretudo paz.
"Uma decisão importante é acabar a guerra em Cabo Delgado. Ele é capaz", garante, enquanto segue apressada para o Centro Cultural Moçambique China, onde, todos, várias centenas, esperam o candidato, que já apelidam de "Presidente", em clima de euforia e festa.
De chapéu da Frelimo na cabeça, Abel Maqueu, 60 anos, reformado, também se apressa, depois de deixar um dos muitos autocarros alugados para o transporte dos apoiantes, para receber o candidato, que hoje contacta com representantes da sociedade moçambicana, incluindo centenas de líderes e membros das comunidades religiosas locais.
Conta à Lusa que o país "já está a melhorar", mas é preciso "mais".
"É o candidato certo, sim senhor", garante, esperando de Chapo, convicto na sua vitória eleitoral, "desenvolvimento" para Moçambique, hospitais, escolar e a "continuidade do trabalho" do atual Presidente, Filipe Nyusi.
Pouco tempo depois, Chapo garantia a todos: "Ninguém dirige sozinho, vamos ter que dirigir este Moçambique juntos, eu apenas vou pegar a caneta para assinar. Mas Presidentes, vamos ser todos nós".
Ainda no exterior do espaço, o maior do género construído pela China em África, inaugurado em 2023, Cristina Possinguia, estudante de 30 anos, chegou acompanhada da família, de amarelo, outra das cores da Frelimo, de lenço na cabeça e foto de Chapo estampada na camisola.
"Muita confiança, muita inspiração, ainda mais no programa para a juventude", diz, enquanto ensaiava a receção ao candidato, para tentar fazer um pedido: "Que apostasse mais nos jovens e no emprego para a juventude".
"Estou confiante. Com o Chapo, Moçambique vai avançar", afirma, convicta.
Armando Tembe, 29 anos, é funcionário ferroviário, mas hoje tirou o dia para se juntar à campanha da Frelimo e de Daniel Chapo. Espera, sobretudo, "mudança" em Moçambique, entre confiança no candidato.
"Trás aquilo que é mudança para o nosso país, principalmente para a juventude", diz.
Enquanto aguarda a chegada do candidato, entre danças e cânticos de apoio, Armando formula o pedido a Chapo: "Pediria a ele que olhasse mais pela pobreza, que temos principalmente nas províncias. E a educação para as nossas crianças".
Silva Aberto Estevão, 26 anos, marceneiro juntou-se à festa da Frelimo em Maputo, com outros amigos e todos com bandeiras do partido no chapéu, esperançado no trabalho de Chapo, caso vença as eleições.
"Promete muitas coisas, eu estou a gostar, é o candidato mais novo e ele promete que vai mudar muitas coisas entre nós, jovens", afirma.
De Daniel Chapo, Silva Alberto espera sobretudo "mais oportunidades para os jovens": "Eu acredito que ele vai poder fazer isso".
Já no interior da sala, completamente preenchida por praticamente um milhar de pessoas, essencialmente religiosos,
Chapo citou o episódio bíblico sobre Moisés, escolhido por Deus para liderar a saída dos hebreus do Egito, onde eram escravos, rumo à terra prometida de Canaã.
"Costumo fazer uma comparação entre o que está a acontecer connosco e aquilo que aconteceu com o povo de Deus no Egito. Eles também foram colonizados durante muitos anos", recorda, aludindo aos quase 500 anos de colonização de Moçambique.
"Estamos neste percurso à Terra prometida, que é o desenvolvimento e o progresso que todos nós almejamos", aponta Chapo.
"E é normal que neste percurso, à semelhança do que aconteceu com Moisés, haja também pessoas a murmurarem. Agora, o que nós temos que fazer, como líder religiosos, como líderes políticos, como os irmãos, é copiar Moisés", apelou, concluindo: "Durante este percurso, compreender estes irmãos e fazer o exercício que toda a religião faz: converter aqueles que estão nas trevas para a luz. Converter aqueles que estão perdidos para o caminho certo".
"Vai ser também esta liderança que vamos fazer, à semelhança de Moisés, trabalhar para todos os moçambicanos. Seguir o caminho de uma forma firme", concluiu.
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