Um tribunal de Amesterdão condenou esta terça-feira cinco homens por violência e conspiração para cometer violência contra adeptos de futebol israelitas em novembro, em ataques que foram considerados antissemitas por muitos governos ocidentais.

O Ministério Público de Amesterdão considerou os cinco homens culpados de uma série de delitos que vão desde pontapear os adeptos do clube israelita Maccabi Tel Aviv na rua até incitar à violência em grupos de conversações online ('chats').

O tribunal pronunciou sentenças de seis meses, 10 semanas e um mês de prisão, bem como 100 horas de serviço comunitário.

Um dos arguidos, 32 anos, recebeu a pena mais pesada por ter perseguido, empurrado e batido em vários apoiantes israelitas, incluindo um que já estava no chão, de acordo com as imagens mostradas na audiência.

O juiz referiu que, normalmente, as pessoas condenadas por este tipo de crimes são condenadas a prestar serviço comunitário.

"Mas o tribunal considera que, dada a gravidade da infração e o contexto em que foi cometida, apenas uma pena de prisão é apropriada", acrescentou.

O Ministério Público condenou um homem de 24 anos a um mês de prisão por ter agredido os adeptos e arrancado violentamente um cachecol do Maccabi a um deles.

O jovem foi também identificado como o autor de uma mensagem de WhatsApp que se referia a uma "caça aos judeus".

"Não odeio os judeus, não sei dizer por que razão disse aquilo", declarou ao tribunal durante a sua comparência.

Um jovem de 19 anos, o único arguido presente esta terça-feira no julgamento, foi condenado a 100 horas de serviço comunitário por ter atirado pedras à polícia e por possuir ilegalmente fogo de artifício.

A polícia disse que estava a investigar pelo menos 45 pessoas relacionadas com a violência, incluindo adeptos do Maccabi acusados de comportamento provocatório.

A comparência de um outro suspeito, oriundo da Faixa de Gaza, foi adiada para uma data não revelada, a fim de ser submetido a uma avaliação psicológica, informou o Ministério Público.

Este homem de 22 anos está a ser julgado por tentativa de homicídio involuntário, a acusação mais grave nestes casos.

Seis outros suspeitos deverão comparecer em tribunal numa data posterior. Três deles são menores e as suas audiências decorrerão à porta fechada.

Confrontos entre adeptos israelitas e manifestantes contra a guerra em Gaza

A 7 de novembro, a capital dos Países Baixos foi palco de confrontos entre adeptos israelitas e manifestantes contra a guerra em Gaza.

Antes do jogo de futebol, para a Liga Europa, entre o Ajax e o Maccabi Tel Aviv, já a tensão era grande, com apoiantes deste clube a arrancarem bandeiras palestinianas, a queimarem uma bandeira palestiniana na praça central Dam e a vandalizarem um táxi.

Pelo menos 10 israelitas ficaram feridos e a polícia deteve perto de 60 pessoas.

O primeiro-ministro dos Países Baixos, Dick Schoof, que lidera um governo de coligação de direita, condenou os incidentes, afirmando-se "horrorizado pelos ataques antissemitas contra cidadãos israelitas".Antes do jogo de futebol, a tensão era grande.

Segundo a polícia, os adeptos israelitas entoaram palavras de ordem anti-árabes, vandalizaram um táxi e queimaram uma bandeira palestiniana.