A guineense era uma das figuras icónicas do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).
Fez parte da primeira mesa da Assembleia Nacional Popular (ANP), na sessão em que Nino Vieira leu a proclamação da independência, a 24 de setembro de 1973.
Carmen Pereira era a única pessoa viva das que fizeram parte daquela mesa.
Entre outros cargos políticos, foi presidente da ANP, ou seja, foi segunda figura do Estado, na qualidade da qual chegou a ser Presidente da República interina, em 1984, substituindo durante alguns dias o chefe de Estado, Nino Vieira, o que lhe valeu o título de primeira mulher na presidência de um país de África e a única na história guineense.
Carmen Pereira esteve hoje no Palácio do Governo, lado a lado com o executivo demitido a 12 de maio, de maioria PAIGC, que ocupou as instalações como forma de protesto.
O Governo cessante considera que o Presidente da República, José Mário Vaz, violou a Constituição ao dar posse a uma nova equipa governamental, contra a vontade do PAIGC, vencedor das últimas eleições.
Diversos antigos combatentes pela independência da Guiné-Bissau têm passado pela sede do executivo, solidários com o Governo demitido (dirigido por outro ex-combatente, Carlos Correia) e Carmen Pereira estava entre eles.
Pela hora de almoço, dirigiu-se a casa, onde faleceu na sequência de uma indisposição súbita.
O corpo encontra-se na morgue do Hospital Simão Mendes, em Bissau, e o funeral ainda não tem data marcada.
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