A Jordânia anunciou que era de nacionalidade jordana o autor do ataque que este domingo causou a morte de três seguranças israelitas na passagem controlada por Israel entre a Cisjordânia ocupada e a Jordânia.
"A investigação preliminar sobre os disparos do outro lado da ponte Rei Hussein (Allenby) confirmou que o atirador era um jordano chamado Maher Diab Hussein al-Jazi", disse o Ministério do Interior através de um comunicado.
O ataque foi "uma ação individual", adiantou ainda o ministério no comunicado no qual detalhou que "as investigações continuam para chegar a todos os detalhes do sucedido".
O ataque ocorreu durante a manhã, quando um homem que conduzia um camião proveniente da Jordânia abriu fogo contra as forças de segurança na passagem da fronteira, a única na Jordânia aberta aos palestinianos.
O agressor foi morto e as autoridades de Israel encerraram, até novo aviso, todas as passagens fronteiriças com a Jordânia, logo após o ataque.
Nos últimos dias, as forças israelitas levaram a cabo uma operação de grande envergadura no norte da Cisjordânia ocupada. Utilizando tanques, escavadoras e helicópteros blindados, e até franco-atiradores e drones explosivos, o Exército israelita matou 36 palestinianos durante a incursão de 10 dias, incluindo menores e idosos.
Pelo menos 40.972 palestinianos morreram e 94.761 ficaram feridos desde o início da ofensiva militar israelita sobre Gaza, na sequência do ataque de 7 de outubro de 2023, informou este domingo o Ministério da Saúde do território, controlado pelo grupo islamita Hamas
Netanyahu lamentou “dia difícil”
As autoridades de Israel encerraram hoje todas as passagens fronteiriças com a Jordânia, após o ataque deste domingo. Segundo confirmou à agência EFE um porta-voz das autoridades israelitas, todas as passagens terrestres para o país vizinho foram encerradas até novo aviso.
A mesma fonte adiantou ainda que as três vítimas eram operadores de gruas que trabalhavam no momento do ataque, embora alguns meios de comunicação, como a CNN ou o israelita Haaretz, tenham noticiado que eram seguranças.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, condenou o ataque a tiro que provocou a morte dos três civis na Cisjordânia ocupada: "É um dia difícil. Um terrorista desprezível assassinou três dos nossos cidadãos a sangue-frio na ponte Allenby", a passagem fronteiriça entre a Cisjordânia e a Jordânia, referiu Netanyahu.
"Estamos rodeados por uma ideologia assassina liderada pelo eixo do mal do Irão", acrescentou ainda o primeiro-ministro, mencionando o assassinato, no final de agosto, pelo grupo islâmico Hamas, de seis reféns israelitas que mantinha cativos na Faixa de Gaza desde outubro.
Hezbollah e Israel trocam tiros na fronteira
O Hezbollah libanês e o exército israelita protagonizaram nova troca de tiros na fronteira, revelaram hoje ambos os lados, um dia depois de o Ministério da Saúde libanês ter revelado a morte de três elementos de equipas de resgate.
Aqueles três elementos foram mortos na sequência de um ataque das forças de Israel junto ao sul do Líbano, segundo indicou o Ministério da Saúde.
Segundo avança a AFP, o Hezbollah disse hoje que "tinha bombardeado Kiryat Shmona [cidade no norte de Israel] com uma salva de roquetes", "em resposta aos ataques inimigos [...] e em particular ao ataque" que ceifou a vida de três elementos das equipas de resgate, no sábado, na aldeia de Froun.
Desde o início da guerra na Faixa de Gaza entre Israel e o movimento islâmico palestiniano do Hamas, que o Hezbollah e as forças de Israel trocam tiros quase diariamente.
Fotógrafo palestiniano distinguido
O fotógrafo palestiniano Mahmud Hams foi distinguido com o premio Visa d'or News, o mais prestigiado do festival Visa pour l'Image, de Perpignan, sul de França, pelo trabalho que desenvolveu sobre a guerra em Gaza.
O fotógrafo de 44 anos, que tem trabalhado para a agência de notícias France-Presse (AFP) no território palestiniano desde 2003, agradeceu a distinção num vídeo transmitido no sábado durante a entrega dos prémios.
"Espero que as fotografias que tirámos digam ao mundo que esta guerra e este sofrimento têm de acabar", referiu Mahmud Hams num comunicado de imprensa divulgado pela agência.
Os outros nomeados para o Visa d'Or News foram o israelita Ziv Koren, pelo trabalho sobre o ataque do Hamas a Israel, a 7 de outubro, que desencadeou a guerra; o fotojornalista francês Corentin Fohlen, pelo trabalho de reportagem no Haiti, no coração do "poder dos gangues", e o fotógrafo norte-americano John Moore, pela cobertura da guerra contra o tráfico de droga no Equador.