"Mandou-me mensagem por volta da 01:00 a dizer que a casa já estava cercada. Depois da mensagem já não conseguia mais falar com ele. Mas, logo quando amanheceu, o sobrevivente que estava com ele, que também foi baleado no braço, ligou-me e ele foi alvejado mortalmente", descreveu Vale Magalhães, mandatário distrital do Partido Optimista pelo Desenvolvimento de Moçambique (Podemos).
A vítima, Sandes António, de 30 anos, foi encontrado morto na sua residência, atingido por três tiros, na cabeça, peito e costas, disse, em declarações aos jornalistas, aquele responsável político, que responsabilizou a polícia pelo crime.
Segundo Vale Magalhães, a vítima, antes do seu assassinato, relatou por telefone que a polícia tinha cercado a sua residência.
Contudo, o porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM) na província de Sofala, Dércio Chacate, disse que ainda estão a recolher informações localmente sobre o crime.
"Estamos no terreno a trabalhar no assunto, a qualquer altura vamo-nos pronunciar", disse.
Trata-se do terceiro caso de baleamento mortal de membros do Podemos desde que se iniciaram os protestos pós-eleições gerais de 09 de outubro em Moçambique, em que já morreram cerca de 310 pessoas e mais de 600 foram baleadas, de acordo com dados da plataforma eleitoral Decide.
Até agora extraparlamentar, o Podemos ascendeu a maior partido da oposição representado na Assembleia da República, com 43 deputados, depois de apoiar a candidatura presidencial de Venâncio Mondlane, que entretanto não reconhece os resultados das eleições gerais.
Contudo, as duas partes entraram em rutura após a decisão do partido em participar na posse dos deputados eleitos, na segunda-feira, contrariamente aos restantes partidos da oposição, Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) e Movimento Democrático de Moçambique (MDM).
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