A Quinta do Mitra, situada em Campanhã e reabilitada há mais de um ano fruto de um investimento de 1,2 milhões de euros, vai ter de ser demolida devido à alta velocidade, avançou esta segunda-feira a Câmara Municipal do Porto.
À agência Lusa, o município avançou ter sido informado pela Infraestruturas de Portugal (IP) de que "não será possível, por motivos exclusivos à ferrovia, manter a Quinta do Mitra".
O edifício terá de ser demolido no âmbito da linha de alta velocidade, nomeadamente, da ligação do Porto a Vigo, na Galiza (Espanha), prevista para 2032, e que terá estações no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, Braga, Ponte de Lima e Valença (distrito de Viana do Castelo).
Fruto de um investimento de cerca de 1,2 milhões de euros, a reabilitação da Quinta do Mitra, situada na freguesia de Campanhã, ficou concluída em maio de 2023.
O município está ainda a avaliar "possibilidades com vista à ocupação" do edifício, que deverá acolher serviços municipais.
A reabilitação da Quinta do Mitra arrancou em janeiro de 2022, a cargo da empresa municipal GO Porto, com o objetivo de tornar aquele edíficio numa "estrutura flexível e polivalente".
Os espaços interiores mantiveram a estrutura de origem e o volume que continha a capela em ruínas foi reabilitado, transformando-se num pequeno auditório, com "uma grande claraboia que enfatiza a teatralidade do espaço e a sua memória", assinalou o município na sua página oficial aquando da conclusão da obra.
Os trabalhos incluíram também o restauro da única sala que permanecia no seu estado original, tendo sido conservada a integridade geométrica e linguagem oitocentista, "marcando, assim, a memória do palacete".
A primeira fase (Porto-Soure) da linha de alta velocidade em Portugal deverá estar pronta em 2030, estando previsto que a segunda fase (Soure-Carregado) se complete em 2032, com ligação a Lisboa assegurada via Linha do Norte.
Haverá estações preparadas para receber a alta velocidade em Campanhã (Porto), Santo Ovídio (Gaia), Aveiro, Coimbra, Leiria e Lisboa.
No total, segundo o anterior governo, os custos do investimento no eixo Lisboa-Valença rondam os sete a oito mil milhões de euros.
Com LUSA