Em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros sublinhou "a sua rejeição categórica de qualquer violação dos direitos inalienáveis dos palestinianos e de qualquer tentativa de os deslocar", além de sublinhar a "importância de encontrar uma perspetiva política genuína para resolver o conflito israelo-palestiniano".

Para os Emirados, é ainda necessário "estabelecer um Estado palestiniano independente" no âmbito da "convicção de que a estabilidade regional só pode ser alcançada através de uma solução de dois Estados".

Na terça-feira, durante uma conferência de imprensa na Casa Branca com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, Trump declarou que os Estados Unidos deveriam "assumir o controlo" da Faixa de Gaza, um "local de demolição", expulsando a população palestiniana para a Jordânia ou o Egito.

No início da reunião, o Presidente norte-americano já tinha sugerido que os palestinianos deslocados em Gaza fossem reinstalados "permanentemente" fora do território devastado pela guerra.

"Não acho que as pessoas devam regressar", disse Trump, citado pela agência Associated Press (AP).

"Não se pode viver em Gaza neste momento. Acho que precisamos de outro local. Penso que deve ser um local que faça as pessoas felizes", acrescentou.

Questionado sobre quantos palestinianos deveriam ser realojados, Trump respondeu: "Todos eles. Provavelmente 1,7 milhões, talvez 1,8 milhões. Mas penso que todos. Seriam reinstalados num local onde possam ter uma vida bonita", disse citado pela EFE.

Netanyahu comentou como este plano é uma ideia que "pode mudar a história".

"Estamos a falar sobre o assunto, ele [Trump] está a estudá-lo com o seu pessoal, a sua equipa", explicou o primeiro-ministro israelita, citado pela agência France-Presse (AFP).

"Penso que é algo que pode mudar a história. E vale a pena tentar", acrescentou.

Vozes críticas, incluindo de aliados dos Estados Unidos, fizeram-se ouvir ao longo desta quarta-feira, enquanto o responsável da agência da ONU para os refugiados considerou "muito surpreendente" o plano de Trump.

A guerra em Gaza começou após o ataque do Hamas contra Israel no dia 07 de outubro de 2023 e que fez 1.200 mortos e 250 reféns.

A resposta militar de Israel fez pelo menos 47 mil mortos, de acordo com os islamitas palestinianos do Hamas. 

PL (JMF) // JH

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