Os Estados Unidos apelaram nesta terça-feira às partes em conflito em Gaza para mostrarem flexibilidade perante a urgência de concluir um acordo de cessar-fogo, após a morte de seis reféns, comprometendo-se a prosseguir os esforços nos próximos dias.

“Ainda há dezenas de reféns na Faixa de Gaza, à espera de um acordo que os leve de volta a casa. Está na altura de concluir esse acordo”, declarou o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, à comunicação social.

“A população israelita não pode dar-se ao luxo de esperar mais tempo. O povo palestiniano, que também está a sofrer os terríveis efeitos desta guerra, não pode dar-se ao luxo de esperar mais. O mundo não pode dar-se ao luxo de esperar mais tempo”, defendeu.

Pelo terceiro dia consecutivo, milhares de pessoas manifestaram-se e bloquearam o trânsito numa rua em Telavive, exigindo ao primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, uma trégua na Faixa de Gaza e a libertação dos reféns mantidos pelo Hamas.

Manifestantes em Telavive apelam à libertação dos reféns
Manifestantes em Telavive apelam à libertação dos reféns JACK GUEZ

Outras notícias do dia:

⇒ O exército israelita anunciou ter matado um alto responsável do Hamas que liderou o assalto à comunidade de Netiv Ha'asara, durante os ataques do grupo islamita e outras fações palestinianas realizados no dia 7 de outubro em Israel. “Numa operação conjunta do exército e dos serviços de informação interno (Shin Bet), a força aérea atacou um complexo onde operavam militantes do Hamas na Cidade de Gaza”, anunciaram os militares em comunicado.

⇒ O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos pediu uma investigação “independente, imparcial e transparente” sobre a alegada execução sumária de seis reféns israelitas em posse do Hamas. “Gaza: Estamos horrorizados com os relatos de que grupos armados palestinianos executaram sumariamente seis reféns israelitas, o que constituiria um crime de guerra”, declarou na rede social X o gabinete do comissário, Volker Turk, que apela também para a responsabilização dos autores.

⇒ O primeiro-ministro israelita classificou de “vergonhosa” a decisão do Reino Unido de suspender parcialmente a exportação de armas para Israel. “Dias depois de o Hamas ter executado seis reféns israelitas, o Governo do Reino Unido suspendeu trinta licenças de venda de armas a Israel. Esta decisão vergonhosa não alterará a determinação de Israel em derrotar o Hamas, uma organização terrorista genocida que assassinou selvaticamente 1200 pessoas em 7 de outubro, incluindo 14 cidadãos britânicos”, escreveu na rede social X.

⇒ O Governo egípcio rejeitou a insistência do primeiro-ministro israelita em manter militares no chamado corredor de Filadélfia, independentemente de um eventual acordo de cessar-fogo ou do fim do conflito na Faixa de Gaza. O ministro egípcio dos Negócios Estrangeiros, Badr Abdelati, sublinhou que o Cairo “rejeita inequivocamente” que os israelitas mantenham o controlo do corredor, caracterizando essa possibilidade como “inaceitável”.

⇒ O opositor israelita e antigo membro do gabinete de guerra, Benny Gantz, defendeu que o primeiro-ministro “perdeu o rumo” e está a confundir os interesses pessoais com os do país. “Perdeu o rumo e vê-se a si mesmo como o Estado. E isso é perigoso”, disse Gantz durante um discurso na conferência anual da Ordem dos Advogados de Israel, em que censurou Benjamin Netanyahu por querer “sobreviver no poder a qualquer preço”.

⇒ Pelo menos 35 palestinianos morreram nas últimas 24 horas na Faixa de Gaza, segundo as autoridades de saúde locais, enquanto prossegue a campanha de vacinação no território contra a poliomielite, que já alcançou quase 160 mil crianças com a primeira dose. A ofensiva israelita na Faixa de Gaza já provocou mais de 40 mil mortos.

⇒ O exército israelita continuou a operação militar pelo sétimo dia consecutivo no norte da Cisjordânia ocupada, onde pelo menos 30 pessoas foram mortas, entre as quais um adolescente palestiniano numa aldeia nos arredores de Jenin, segundo o Ministério da Saúde palestiniano.

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