
O antigo ministro russo Dmitri Ovsiannikov, aliado do Presidente russo, Vladimir Putin, foi condenado esta sexta-feira por um tribunal britânico a 40 meses de prisão por violar sanções impostas pelo Reino Unido.
Ovsiannikov, de 48 anos, cumprirá metade da pena na prisão antes de cumprir a liberdade condicional, afirmou a juíza Sara Cockeril.
O aliado de Putin foi considerado culpado na quarta-feira de seis acusações por violar as sanções entre fevereiro de 2023 e janeiro de 2024, tornando-se a primeira pessoa a ser processada por contornar as sanções do Reino Unido contra a Rússia, que estão em vigor desde 2019.
O ex-ministro violou as sanções impostas pelo seu papel na península da Crimeia, ocupada pela Rússia, na Ucrânia, ao abrir uma conta bancária no Reino Unido, recebendo quase 80 mil libras (mais de 92 mil euros) da sua mulher e um carro do seu irmão.
Quando o banco se apercebeu que o político russo estava na lista de indivíduos alvos de sanções britânicas, congelou a sua conta.
E a mulher e o irmão?
O irmão, Alexei Owsjanikow, de 47 anos, foi considerado culpado de duas acusações de violação de sanções, enquanto a mulher de Dmitri, Ekaterina Ovsiannikova, de 47 anos, foi absolvida pelo tribunal.
Alexei Owsjanikow foi condenado por pagar mais de 40 mil libras em propinas escolares aos filhos do ex-ministro, para que estes pudessem frequentar uma escola em Londres.
Ovsiannikov foi nomeado presidente da Câmara de Sebastopol por Putin dois anos após a anexação da Crimeia pela Rússia, em 2014. Anteriormente, desempenhou as funções de vice-ministro da Indústria e Comércio da Rússia.
Sanções
A União Europeia (UE) impôs sanções em 2017, que o Reino Unido manteve após o Brexit.
Embora a UE tenha levantado as suas sanções em fevereiro de 2023, as do Reino Unido continuam em vigor, proibindo-o de viajar e aceder a fundos no país.
Dmitri Ovsiannikov deixou a Rússia e foi para a Turquia em agosto de 2022 e solicitou um passaporte britânico, que foi concedido apesar das sanções, uma vez que o seu pai nasceu no Reino Unido. Chegou ao Reino Unido para se juntar à mulher e a dois dos seus filhos em fevereiro de 2023.
A pena máxima pela violação destas sanções é de sete anos de prisão.